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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A QUINTA DO JUDAS - Por Mundim do Vale

Na quinta feira maior da semana santa do ano de 1969. Valdízio de Zé Odmar passava em frente a praça dos motoristas. Onde estavam sentados num banco. Chico de Antônio Chico, Antônio Taveira, Galego de Pedro Gualberto, Zé Bezerra dos Correios e Raimundo Nonato Bitu.
Quando Valdízio avistou a turma disse:
- Ei negrada! Vamos pra quinta do Judas lá no Serrote. Eu vou ser um careta, olha aqui os meus trajes – Mostrando uma calça de mescla, uma camisa de xadrez e um par de botas cano longo. – Eu espero vocês lá.
Logo que Valdízio saiu os cinco amigos ficaram combinando para fazer uma bricadeira com ele. A bricadeira consistia em agarra-lo já que eles conheciam os seus trajes e em seguida esfregar no chão de forma humilhante.
Valdízio chegou no Serrote e foi direto para a concentração na casa de Mascote, na hora de vestir os trajes achou folgado, mas o problema ficou logo resolvido quando ele trocou a roupa com outro careta.
Na cidade os quatro convidados fretaram a rural de Livaldino e se dirigiram para o serrote passando primeiro no Sanharol, onde tomaram uma cachaças na bodega de Raimundo Sabino. Quando chegaram na quinta já foi puxando fogo.
Ficaram um pouco por ali até que localizaram o careta com os trajes que eles tinham visto na cidade. Quando o careta afastou-se um pouco dos outros, eles flecharam em cima igual a deputado atrás de emenda parlamentar, Derrubaram o infeliz, pisaram por cima, deram cocorote, sabacu e ainda curaram a bicheira.
Estavam naquela arrumação quando escutaram uma voz atrás deles, falando assim: Ei. Negrada! Vocês vão matar o cara mesmo?
Era Valdízio já descaracterizado. O careta que estava no chão, já bastante machucado falou: Vocês sabem com quem tão pegado?
Raimundo Nonato surpreso com a chegada de Valdízio perguntou:
Pera aí Valdízio! Se tu tá aí. Quem é esse cara que tá no chão? Tire a máscara dele que você vai saber.
Raimundo suspendeu a máscara quando viu quem era o careta, falou mais assustado ainda: Me valha meu Padim Ciço! É Chico de João Martins.
Depois da descoberta, os cinco correram tanto que chegaram em V. Alegre antes da rural que tinham fretado.
Mundim do vale.

2 comentários:

  1. Mundim.

    Muito boa sua historia. Fez-me lembrar uma com o Ze Gatinha, tambem no sanharol e numa semana Santa.

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  2. É Mundim.

    A volta com Chico de João de Martim era dura. A carreira deve ter sido grande mesmo.

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