Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 9 de agosto de 2011

QUEM PEGAR VAI TER - Por Mundim do Vale.

Meus amigos Alberto Siebra e Luzinete vivem um relacionamento muito amistoso. É o que pode se chamar de total harmonia, mas como todo casal, vez por outra eles teimam. Não que seja preciso recorrer ao supremo tribunal para resolver. Para mim parece mais com um jogo de pegadinhas de um para o outro. Todas as teimas terminam em amplas risadas.

Certa vez Alberto voltava da farra e já era madrugada, quando aproximou-se da porta viu a esposa já na calçada, que logo foi perguntando:
- Isso é hora para um pai de família chegar em casa?
- E isso é hora para uma mãe de família tá no meio da rua?
Uma semana depois Alberto chegou no mesmo horário e nas mesmas condições, antes que Luzinete falasse ele disse em tom autoritário:
- Luzinete vá fazer um café pra mim!
- Não tem como fazer.
- Porque não?
- Porque não tem pó e nem açúcar.
- Pois faça assim mesmo. Nem que fique fraco e amargoso.
Em outra ocasião estavam os dois atendendo a clientela do bar, quando Alberto falou:
- Mulher se tirar o juízo de dez criaturas iguais a tu e colocar numa Galinha ela ainda vai por no mato.
Luzinete reagiu dizendo:
- E é? Pois se tirar o juízo de dez homens iguais a tu e colocar num porco ele ainda vai comer porcarias.
Depois dessa Alberto falou igual a Guido de Zé Inácio:
- Pois fique sabendo que se tirar o juízo de dez jumentos de lote e colocar em mim, nós vamos encher essa casa de crianças.
- Deus me defenda! Só se tu tiver tudim.
- Pois vamos ser democráticos. A gente dorme juntos e QUEM PEGAR VAI TER.

Dedicado ao poeta José Valdir, sobrinho do principal personagem dessa causo.


4 comentários:

  1. Já sei que estive por muito tempo longe da tal felicidade...E ela, toda faceira e airosa, bem ali, na gente alegre da nossa Várzea.

    Obrigado Mundinho, pela dedicatória.

    Outro dia estive no sitio do Alberto, que ele batizou de "Mata Fresta" em homenagem ao pedaço de terra rural (hoje um dos bairros da cidade, chamado Varjota,conhecido pelo nome de Mata Fresca, propriedade do Vovô Zé Augusto.

    O Alberto aproveitou e contou uma ruma de piadas, um bocado de causos acontecidos na nossa terrinha.

    Quero é ver alguém entrar triste na bodega do Alberto e não sair sorrindo...

    Obrigado, Mundinho,e continue sempre assim: contribuindo com a formação da nossa literatura.
    O tio Alberto é realmente um dos maiores protagonistas das relíquias literárias de Várzea Alegre.

    ResponderExcluir
  2. Mundim nasci e me criei ouvindo e vendo as pegadinhas de Alberto(que são muitas)...Pense num casal que foi feito um para o outro, Luzinete casou com um Homem muito bom e amigo e Alberto teve a sorte de encontrar uma mulher que entendesse isso nele.Grande homenagem,esse casal merece !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1

    ResponderExcluir
  3. Quando chega o periodo da politica os fuxicos em Varzea-Alegre se apresentam com mais evidencias do que em periodos normais.

    Certa feita passava um carro de som do candidato adversario do Alberto.

    Com aquele seu modo jeitoso Alberto abservou no carro um motor a oleo diesel fumaçando pra dedéu e tirou um sarro dizendo: Eita motorzão bom de aguar arroz.

    ResponderExcluir