O Coronel Gumercindo Braveza era um matozense da gema. Nascera por ali, há mais de 70 anos e defendia sua terra, se preciso fosse, de trabuco na mão.
Sua palavra era definitiva, sabia ser ríspido e bravo quando necessário. Era sim-sim, não-não. Comparecia a Vila apenas nos Sábados, nos dias de feira.
Dizia-se que o escritório do Coronel estava montado no café de Dona Ridinaura, Riri. Tomava um caldo de mocotó pela manhã, almoçava um porco na rola e jantava um prato mais leve "muncuzar e buchada".
Aproveitava para atualizar-se das fofocas, Dona Riri mantinha uma especie de SNI naquelas brenhas, era a Globo do lugar.
O velho Gumercindo caiu doente, começou a se mostrar rouco e piorou do picarro habitual. Enrabou as meizinhas do Boticário Janjão, sem melhora. A pedido de um filho botou-se para capital e lá se constatou tratar-se de um câncer de laringe.
Semana seguinte Dona Riri deu a noticia : Gomercido sofrera uma operação muito grande para retirar um quisto da goela e estava quase sem fala.
Dias depois Gumercindo voltou ao escritório. Foi recebido com festa. A velha olhava pra ele com uma curiosidade nunca vista. Estava num pé e noutro para perguntar detalhes daquela voz de Pato Donald.
Mas, cadê coragem. Quando o Coronel perguntou o preço da refeição Riri lascou : Vinte e cinco reais.
O que, tá ficando doida. Duas vezes mais caro que na capital?
Finalmente Dona Riri teve o mote que esperava: Tudo subiu Coronel, O arroz subiu, o sal subiu, o feijão subiu, a farinha subiu, a carne subiu, e, por falar nisso o que é esse buraquinho que o senhor tem no gogó?
O coronel disparou - É o cu, tudo num subiu? Pois o cu subiu também e agora tá aqui no pescoço.
Dr. JFlavio Vieira.
Cel Braveza. Ríspido , disciplinado e disciplinador.
ResponderExcluirĶķkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ExcluirComo sempre, nosso amigo Dr. Zé Flávio nos traz boas histórias. Bons causos
ResponderExcluirEita putaria da porra.
ResponderExcluir