Januário acumulou riquezas, poupou alegrias. Pensou que ser feliz era juntar dinheiro, bens. E assim fez a vida inteira. Privou-se de tudo que não fosse necessidade e ficou rico. Desconheceu o que de bom a vida ofertava, não viveu.
Todo seu dinheiro era para emprestar a juros, vivia de usura. Sugou o quanto pode o sangue alheio. Um dia sua esposa Belisária adoeceu e no hospital o médico recomendou a internação.
Na secretaria ao ser informado que precisava fazer um caução de dois mil reais Januário perguntou a atendente : "Minha santa, e, se eu der o pano sai mais barato?"
Belisária faleceu, os filhos compraram o ataúde mais caro e luxuoso que encontraram, o padre celebrou missa de corpo presente, a igreja vazia de gente, só Januário chorava, não pela morte da esposa, mas, pelo custo do velório e do sepultamento.
Dizia sempre : O meu dinheiro é para a maior precisão. Morreu também, se foi, sem nada levar. Está debaixo de uma pedra fria com as indefectíveis palavras - "Aqui Jaz - Belisária e Januário".
O pior é que o mundo está cheio de Januários, e, eu aqui me perguntando porque cemitério tem muro, se quem está dentro não sai e quem está fora não quer entrar.
Os Januários da vida esqueceram o Ser e optaram pelo Ter.
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkklkkkkkkkkkkkkkl este bateu todos os sovinas dos quais já ouvi estorias. Alguns claro do Crato kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ExcluirMeu Caro Cronista/Contista/Memorialista/Professor Morais. Acho que os muros do Cemitério protegem contra a invasão dos necrofilia, dos ladrões dos túmulos dos ricos, dos animais que possam fumar as covas rasas dos pobres, etc e tal.
ResponderExcluirNecrófilos
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