Benevenuto e Jorvina moravam numa casinha de taipa no sitio Umburana, em Crato. Raimundo, seu filho mais velho se apaixonou por uma danada, acesa, que foi não foi, aparecia com um namorado novo, fato aquela época, pouco recomendado para uma moça prendada.
O pai chamou o filho em particular e começou a aconselhar fazendo ver que aquela cabrocha não era a nora que ele desejava. Benevenuto mostrava os defeitos e Raimundo apresentava uma solução em cima da bucha. Meu filho, essa moça é muita falada, muito acesa. Pai pode ser que eu apague o fogo dela.
Foram a cima, foram a baixo, dona Jorvina que escutava a arenga se zangou, entrou na conversa e foi na ferida, bem onde o preconceito, à época, era motivo de condenação e morte: A falta do selo de garantia, a virgindade.
Meu filho, pelo bem de "Nossa Senhora Protetora dos Traídos", essa moça não serve para casar com você, ela já é "furada"!
Raimundo coçou o cangote, balançou a cabeça e fechou a prosa dizendo: Mãe, que besteira é essa, eu quero num é pra carregar água não.
O fato é que Raimundo estava decidido. E, se casou. Não se sabe é se conseguiu apagar o fogo da mulher. Ou se careceu chamar o Corpo de Bombeiros.
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