Várzea Alegre. Alegre sim. Porque tem seus contrastes e seus causos, alegres.
O nosso conterrâneo, conhecido por Chico de Mundeira, era um cidadão sério e de pouca conversa. Econômico no riso, e nas palavras. Nunca ouvi falar que ele tivesse dado uma risada. Suas frases não passavam de: Bom dia, boa tarde, boa noite, até logo, até amanhã, ta certo e se Deus quiser. Comerciante do ramo de panificação, mas o seu comportamento era diferenciado de qualquer vendedor ganancioso..
A cidade tinha a sua feira semanal no sábado, quando os moradores dos sítios vinham vender ou comprar. Os moradores tinham aquele dia como um dia de festas. Bebiam, jogavam, trocavam animais e recebiam seus parentes. Foi num dia daqueles que aconteceu o lamentável fato, onde o nosso escritor Francisco Gonçalves ficou órfão de pai. Eu peço perdão ao Chiquinho e aos demais conterrâneos, por expor aqui essa página triste do livro da nossa história. Mas vamos deletar essa parte, para dar seqüência ao nosso causo..
Num dia daquela feira, juntou-se Raimundim de Zezim de Eugênio e um galego do Novo Jordão e foram beber cachaças de bodega em bodega. Os dois tinham o mesmo nível de violência e a mesma preferência pela aguardente. Lá uma hora os dois começaram uma discursão e partiram trocando tapas até o beco de Zé Ginu. Lá chegando Raimundim deu um murro tão condenado na cara do galego, que ele caiu na calçada de Mestre Antônio e saiu rolando como um cano, passando na calçada de Boris e de Mariquinha, indo parar na calçada da padaria de Chico de Mundeira.
Da boca do Galego descia um filete de sangue, que escorria até a calçada de Zé Bile, como se fosse a continuação daquela viagem que o Galego interrompeu.
Juntou tantos curiosos, que eu não sei de onde veio tanta gente. A bateria de perguntas era constante.
Um comentava:
- Mais num tinha pricisão de Raimundim ter feito isso cum o galego não.
Outro falava:
- Mais foi pruquê o Galego tava bebo, se ele tivesse bom num tinha acunticido isso não.
Outro falava:
- É mais Raimundim é brabo. Ele num abre nem prus galego de Quilara.
Belizário foi chegando, afastou o pessoal e se dirigiu a Chico Mundeira, que estava sentado no batente da porta da padaria, como se nada tivesse acontecido:
- Chico! Cuma foi qui acunteceu esse negoço?
- Foi PEI BUFO!
Comentário do autor.
Se no lugar de Chico de Mundeira fosse Chiquim de Pedro Belo, a resposta ao ivés de ser PEI – BUFO, teria sido assim:
- Omi. Derna de dimahã qui os dois tava bebendo nas budega. Aí Raimundim deu um cocorote nim Galego qui ele caiu de cu trancado e adispois saiu rolando nas calçadas, a moda um tronco de carnaúba.
O nosso conterrâneo, conhecido por Chico de Mundeira, era um cidadão sério e de pouca conversa. Econômico no riso, e nas palavras. Nunca ouvi falar que ele tivesse dado uma risada. Suas frases não passavam de: Bom dia, boa tarde, boa noite, até logo, até amanhã, ta certo e se Deus quiser. Comerciante do ramo de panificação, mas o seu comportamento era diferenciado de qualquer vendedor ganancioso..
A cidade tinha a sua feira semanal no sábado, quando os moradores dos sítios vinham vender ou comprar. Os moradores tinham aquele dia como um dia de festas. Bebiam, jogavam, trocavam animais e recebiam seus parentes. Foi num dia daqueles que aconteceu o lamentável fato, onde o nosso escritor Francisco Gonçalves ficou órfão de pai. Eu peço perdão ao Chiquinho e aos demais conterrâneos, por expor aqui essa página triste do livro da nossa história. Mas vamos deletar essa parte, para dar seqüência ao nosso causo..
Num dia daquela feira, juntou-se Raimundim de Zezim de Eugênio e um galego do Novo Jordão e foram beber cachaças de bodega em bodega. Os dois tinham o mesmo nível de violência e a mesma preferência pela aguardente. Lá uma hora os dois começaram uma discursão e partiram trocando tapas até o beco de Zé Ginu. Lá chegando Raimundim deu um murro tão condenado na cara do galego, que ele caiu na calçada de Mestre Antônio e saiu rolando como um cano, passando na calçada de Boris e de Mariquinha, indo parar na calçada da padaria de Chico de Mundeira.
Da boca do Galego descia um filete de sangue, que escorria até a calçada de Zé Bile, como se fosse a continuação daquela viagem que o Galego interrompeu.
Juntou tantos curiosos, que eu não sei de onde veio tanta gente. A bateria de perguntas era constante.
Um comentava:
- Mais num tinha pricisão de Raimundim ter feito isso cum o galego não.
Outro falava:
- Mais foi pruquê o Galego tava bebo, se ele tivesse bom num tinha acunticido isso não.
Outro falava:
- É mais Raimundim é brabo. Ele num abre nem prus galego de Quilara.
Belizário foi chegando, afastou o pessoal e se dirigiu a Chico Mundeira, que estava sentado no batente da porta da padaria, como se nada tivesse acontecido:
- Chico! Cuma foi qui acunteceu esse negoço?
- Foi PEI BUFO!
Comentário do autor.
Se no lugar de Chico de Mundeira fosse Chiquim de Pedro Belo, a resposta ao ivés de ser PEI – BUFO, teria sido assim:
- Omi. Derna de dimahã qui os dois tava bebendo nas budega. Aí Raimundim deu um cocorote nim Galego qui ele caiu de cu trancado e adispois saiu rolando nas calçadas, a moda um tronco de carnaúba.
Dedicado a Flavinho Cavalcante e Felícia Ribeiro.
Prezado Mundim.
ResponderExcluirPor falar em Chiquinho de Pedro Belo um dia eu vi levando uns cascudos dos irmãos seu Tonho e Damião de Cota. Chiquinho de Pedro Belo não era dos mais valentes não. Mas era bastante impinjento.
Um belo causo.
Morais...
ResponderExcluirO Mundin sempre nos presenteando com histórias maravilhosas histórias da nossa terra. Com uma maneira original e cômica de descrever os fatos. Traz sempre cômicas comparações. A versão da história narrada por Chiquin foi demais.....KKKKKKKKKKKKKK
Adorei. Obrigadão pelo oferecimento Mundin.
Ótimo domingo do trabalhador a todos...