Meu negócio sempre foi falar.
Falar em rádio sobre futebol e outros assuntos, para garantir a papa das crianças.
Isso era o suficiente para os gastos, imaginava.
Já para escrever, logo de cara dois problemas: a pouca paciência e a preguiça.
Não me julgava com inspiração para colocar no papel o que eu pensava e dizia.
Quando tentava escrever alguma coisa, queria dar à narrativa a mesma velocidade da fala.
E isso causava um reboliço na cabeça.
Enfim, não sabia escrever.
Uma frase me chamou a atenção e foi decisiva para que decidisse transferir para a escrita o que pensava: “Envelhecemos quando deixamos de aprender’.
Mesmo com a disposição de não querer aprender mais nada, fui à luta.
Outra coisa: a tal da inspiração pode significar trabalho.
O trabalho de ler o maior número de livros, revistas, jornais, enfim, tudo que lhe chegar às mãos.
Uma boa porção de curiosidade pode completar o tempero.
Bom, posso estar sendo reducionista quanto à essa questão.
Escrever dá um trabalho danado, é verdade.
Mas, que é um poderoso instrumento para se expressar bem, não tenham dúvidas.
Vou seguindo nesta caminhada, como integrante de uma quinta divisão de cronistas. Nem por isso, insatisfeito.
Escrever, à esta altura, é preciso.
A esta altura da vida pouco importa se alguém lê, se alguém gosta ou não. Escrever é preciso.
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