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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 11 de março de 2024

172 - O Crato de antigamente por Antônio Morais.

 


No tempo em que ainda não existia banco no Ceará, um sertanejo abastado recebeu do vigário do município onde morava uma vultosa quantia para que ela fosse guardada, até a próxima necessidade. Comprovação daquele  deposito, a palavra do Coronel.

Acontece que pouco tempo depois o homem faleceu de "morte súbita"; Ele não havia contado para ninguém os termos do negocio e quando o vigário tentou reaver a quantia, que segundo ele o morto devia a paroquia, os familiares exigiram a comprovação do débito. Como o pároco não tinha, ficou o cobrado pelo não pago. 

No entanto, como a história veio a publico e o patrimônio do falecido não tinha acrescido, acreditou-se logo que ele tinha enterrado  a fortuna. Aí, começou a corrida do ouro em busca da botija.

Quando o dia amanhecia, o sitio estava todo cavoucado nas áreas que pareciam estratégicas para se enterrar um pote.

Como o falecido tinha muitos filhos, estranhou-se  porque de uma hora para outra, um deles revolveu viajar para terras distantes e nunca mais voltar.

Os seus parentes e amigos que ficaram para trás, logo desconfiaram que ele tinha arrancado a botija e não falou para ninguém. Muitos não acreditaram na esperteza do rapaz e passado mais de um século ainda tem gente que procura ficar rico encontrando o dinheiro que julgam ter sido enterrado naquele lugar, hoje um arruado que tem o nome de Botija.

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