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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Cobra engolindo cobra - Por Antônio Morais

Nas décadas de 50, 60 e 70 o comercio de Várzea-Alegre se abastecia em Crato. Semanalmente os pequenos comerciantes vinham a cidade fazer suas compras. Meio de transporte um misto, metade ônibus - metade caminhão, estradas ruins, carro sem manutenção, via de acesso São Pedro do Cariri, hoje Caririaçu, muitos foram os acidentes com perdas de vidas valiosas. Um destes comerciantes melhorou financeiramente e se estabeleceu em Crato, o que facilitou as comercializações de mercadorias entre as duas cidades. Nesta época todo dinheiro do mundo valia menos que um fio de cabelo do bigode, não havia boleto bancário, duplicata, protesto, às vezes um recado bastava. Merece destaque uma comercialização entre dois comerciantes que não revelo os nomes nem sob tortura, um de lá e outro de cá. O de Várzea-Alegre mandou um pedido de trinta caixas de enxadas. O do Crato separou as trinta caixas, abriu todas com bastante cuidado, tirou duas enxadas de cada caixa, fechou novamente com todo cuidado sem que ficasse suspeita. O de Várzea-Alegre, ao receber as caixas, abriu todas, observou que estavam faltando duas enxadas em cada caixa, tirou outras duas, fechou com maior zelo ainda e as devolveu para o do Crato dizendo que estava errado, e assim sendo não podia receber.

Um comentário:

  1. Da historia falo de ouvir dizer. Da viagem falo com conhecimento. Em 1964, viajei com a minha avó de Varzea-Alegre ao Crato para pagar uma promessa. Saimos as quatro horas da manha, e as seis da noite estavamos chegando em Crato a Av. Teadorico Teles, local da casa de Zuza Bizerra, de quem eramos hospedes, visto minha avó ser sobrinha dele. Passamos a semana visitando parentes e só na outra segunda feira retornamos a Varzea-Alegre.

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