Princesa Imperial do Brasil, Isabel nasceu no Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 29 de julho de 1846, como segunda filha dos Imperadores do Brasil – Dom Pedro II e Dona Tereza Cristina Maria. Com a morte precoce do primogênito do casal, Dom Afonso, Isabel tornou-se a sucessora direta do pai. Casou-se com Gaston de Orleans, conde d’Eu, e com ele teve três filhos.Princesa Isabel regeu o Império do Brasil por três vezes distintas e, durante os períodos de sua regência, leis importantes que mudariam a história brasileira entraram em vigor. Sem dúvida essas leis são reflexo do posicionamento abolicionista da princesa. Neste caminho, apoiou jovens políticos e artistas, ainda que muitos deles fossem ligados ao movimento republicano. Financiava alforrias com seu próprio dinheiro e apoiava a comunidade do Leblon, que cultivava camélias brancas, símbolo do abolicionismo, chegando mesmo a enfeitar os cabelos com a flor em eventos da corte imperial.
Copo de leite - símbolo do abolicionismo.Umas das leis sancionadas pela princesa de mais impacto na sociedade da época, foi a lei 2.040, de 28 de Setembro de 1871, conhecida como Lei do Ventre Livre, que estabelecia, entre outras coisas, que os escravos poderiam acumular pecúlio, transmitir heranças e que as crianças nascidas de mães escravas seriam, a partir de então, livres. Esta lei acabaria com a escravidão no Brasil, mas a um longo prazo, até que toda a geração dos escravos vivos tivesse fim.
Deve-se perceber que a abolição da escravidão foi uma decisão intensamente discutida pelo governo imperial e pelos produtores agrícolas. Temia-se a desestruturação do trabalho agrícola, principalmente da produção cafeeira, por isso a Lei do Ventre Livre era importante, pois a escravidão acabaria gradualmente, de forma que o escravo fosse progressivamente substituído pelo trabalhador livre. O próprio Imperador Pedro II considerava-se um abolicionista, a escravidão brasileira era uma mácula que envergonhava o país internacionalmente. Apesar disso, o problema da escravidão jamais foi encarado seriamente, de forma a oferecer alternativas concretas para o trabalho escravo. O resultado prático desse dilema se deu de forma abrupta.
Ao assumir pela terceira vez a Regência, a Princesa Isabel assinou em 13 de maio de 1888 a Lei Áurea, que abolia definitivamente qualquer forma de escravidão nas terras do império brasileiro. Por conta de seu gesto, em 28 de Setembro do mesmo ano o Papa Leão XIII remeteu à princesa a comenda da Rosa de Ouro. Foi também por esta lei que a sucessora de d. Pedro II ficou conhecida como “A Redentora”. O fato é que apesar de tantos debates, a abolição foi assinada sem qualquer proposta que solucionasse a questão do trabalho agrícola. Os fazendeiros não foram indenizados, os libertos não foram fixados ao campo nem se pensou em alternativas para sua inclusão social. As plantações se perderam e a indústria cafeicultora, esteio do Império, quebrou. Antigos senhores abastados foram a miséria e a população liberta vagava pelas estradas e cidades, sem trabalho nem moradia fixa.
A estrutura política imperial, já abalada por outras crises, não resistiria a perda de uma de suas principais bases de apoio. Além disso, o Imperador encontrava-se velho e doente, e diversos grupos políticos temiam a ascensão de Isabel como imperadora. A resistência à ela devia-se muito as suas posições políticas, seu clericalismo exacerbado, que defendia a ligação entre Igreja e Estado, mas também a possibilidade do Brasil vir a ser governado por um estrangeiro, o francês conde d’Eu. O resultado disso, foi que no ano seguinte, proclamou-se a República e toda a família Imperial foi banida das terras brasileiras, seguindo, assim, para o exílio. Com a morte de Dom Pedro II em Paris, aqueles que continuavam defendendo a monarquia passaram a chamá-la de Imperatriz do Brasil Dona Isabel I.
Camélia Branca - símbolo do abolicionismo.
Deve-se perceber que a abolição da escravidão foi uma decisão intensamente discutida pelo governo imperial e pelos produtores agrícolas. Temia-se a desestruturação do trabalho agrícola, principalmente da produção cafeeira, por isso a Lei do Ventre Livre era importante, pois a escravidão acabaria gradualmente, de forma que o escravo fosse progressivamente substituído pelo trabalhador livre. O próprio Imperador Pedro II considerava-se um abolicionista, a escravidão brasileira era uma mácula que envergonhava o país internacionalmente. Apesar disso, o problema da escravidão jamais foi encarado seriamente, de forma a oferecer alternativas concretas para o trabalho escravo. O resultado prático desse dilema se deu de forma abrupta.
Ao assumir pela terceira vez a Regência, a Princesa Isabel assinou em 13 de maio de 1888 a Lei Áurea, que abolia definitivamente qualquer forma de escravidão nas terras do império brasileiro. Por conta de seu gesto, em 28 de Setembro do mesmo ano o Papa Leão XIII remeteu à princesa a comenda da Rosa de Ouro. Foi também por esta lei que a sucessora de d. Pedro II ficou conhecida como “A Redentora”. O fato é que apesar de tantos debates, a abolição foi assinada sem qualquer proposta que solucionasse a questão do trabalho agrícola. Os fazendeiros não foram indenizados, os libertos não foram fixados ao campo nem se pensou em alternativas para sua inclusão social. As plantações se perderam e a indústria cafeicultora, esteio do Império, quebrou. Antigos senhores abastados foram a miséria e a população liberta vagava pelas estradas e cidades, sem trabalho nem moradia fixa.
A estrutura política imperial, já abalada por outras crises, não resistiria a perda de uma de suas principais bases de apoio. Além disso, o Imperador encontrava-se velho e doente, e diversos grupos políticos temiam a ascensão de Isabel como imperadora. A resistência à ela devia-se muito as suas posições políticas, seu clericalismo exacerbado, que defendia a ligação entre Igreja e Estado, mas também a possibilidade do Brasil vir a ser governado por um estrangeiro, o francês conde d’Eu. O resultado disso, foi que no ano seguinte, proclamou-se a República e toda a família Imperial foi banida das terras brasileiras, seguindo, assim, para o exílio. Com a morte de Dom Pedro II em Paris, aqueles que continuavam defendendo a monarquia passaram a chamá-la de Imperatriz do Brasil Dona Isabel I.
Camélia Branca - símbolo do abolicionismo.Apesar da condição de exilada, Dona Isabel teve uma velhice tranqüila na Normandia, no castelo da família de seu marido, cercada de seus familiares. Ainda em vida teve a felicidade de saber que a lei do banimento da Família Imperial do Brasil havia sido revogada pelo presidente Epitácio Pessoa.
Com a saúde fragilizada e abalada pela morte de dois de seus filhos em 1918 e 1920, a Princesa Isabel morreu em 14 de Novembro de 1921 e foi enterrada em cemitério local. Em 1953 seus restos mortais foram transferidos para o Rio de Janeiro e, em 1971, para o Mausoléu Imperial na Catedral de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, onde se encontram até hoje.
Postado por A. Morais
Com a saúde fragilizada e abalada pela morte de dois de seus filhos em 1918 e 1920, a Princesa Isabel morreu em 14 de Novembro de 1921 e foi enterrada em cemitério local. Em 1953 seus restos mortais foram transferidos para o Rio de Janeiro e, em 1971, para o Mausoléu Imperial na Catedral de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, onde se encontram até hoje.
Postado por A. Morais

Princesa Isabel.
ResponderExcluir"Financiava alforrias com seu próprio dinheiro e apoiava a comunidade do Leblon, que cultivava camélias brancas, símbolo do abolicionismo, chegando mesmo a enfeitar os cabelos com a flor em eventos da corte imperial".
É...
ResponderExcluirMeu caro Amigo Morais
Cada vez que resgatamos um pouco do nosso passado, estamos passando à nossa juventude, fatos que eles não conheceram. Talvez por isto não valorizem tanto quanto nós.
Você está afinado com a história do nosso IMPÉRIO. Isto é muito bom.
Como você sabe; o que procuramos narrar da história, não estava escrto nos nossos livros escolares.
Por isto que só agora, com a tecnologia, conseguimos saber a verdade, sem sofismas.
Valeu a sua postagem. CONTINUE.
Vicente Almeida
Caro Morais:
ResponderExcluirParabéns por postagem tão densa e tão justa para com a Princesa Isabel.
Os brasileiros, na sua quase totalidade, desconhecem o valor desta princesa brasileira.
Depois do golpe militar que nos impôs a República, os golpistas aprovaram um decreto concedendo à Família Imperial uma vultosa quantia de cinco mil contos de réis (dava para comprar uma tonelada de ouro) para que Dom Pedro II e sua família vivessem um exílio tranqüilo.
O Imperador recusou a oferta afirmando que os golpistas não podiam dispor do Tesouro Nacional para uma decisão desta. E a Princesa Isabel formalizou a recusa dizendo:
– Nós não fazemos questão de dinheiro. O que me custa é deixar a Pátria, onde fui criada e tenho minas afeições. É isto o que lamento perder. Não o trono, nem ambições, que não tenho.
(Cfe. Tobias Monteiro no livro “Pesquisas e Depoimentos para a História” – Edusp/Itatiaia-SP, 1982)
Agora compare com esse gesto com os governantes que temos nos dias atuais...