Essa também aconteceu na cidade de Várzea Alegre, mas por questão de ética, eu troquei o cenário e os personagens, para obedecer ao dito popular que diz:
EM CASA DE ENFORCADO
NUNCA È BOM FALAR EM CORDA
O casal Cornélio e Generosa, comprou dois hectares de terra na área urbana da cidade e construiu uma casa no centro, deixando um bosque de fruteiras circulando a moradia. Na cidade morava Paulo de Sinhá, que era mais conhecido por Alemão. O apelido ele ganhou porque além de falar muito enrolado, ele era alto e vermelho, assim como os filhos de Dona Clara. Alemão era do tipo mineiro, falava pouco e escutava muito. Se fazia até de doido para não entrar na fila de receber o leite que o padre distribuía para os pobres.
Cornélio mais Generosa com pena de alemão que não tinha onde morar, doaram um pedaço do terreno onde ele construiu uma casa de taipa pouco maior do que uma de botão. Assim que Alemão ocupou o barraco começou a surgir uma conversa de que ele tinha um caso com Generosa. Como Cornélio viajava muito para vender legumes na feira de Ico, o assunto começou a ganhar um certo interesse popular.
Na usina Diniz, onde Alemão trabalhava, quando os colegas falavam no assunto ele negava categoricamente:
- Alemão! É verdade qui tu tá se fornecendo na casa de Seu Cornélio?
- Qui é isso ome? Eu nunca cruzei meus pé na porta de Dona Generosa.
Outro amigo perguntava:
-Ei Alemão! É divera qui Dona Generosa tá sendo muito Generosa cum tu? - Magina se eu tinha corage! Dona Generosa é uma muié prendada, ela lá ia querer chafurdo cum um casca grossa qui nem eu.
Outro companheiro;
Num negue não alemão. Tu anda mermo, ou num anda cum iscandelo pru lado daquela muié? Todo mundo já sabe qui tu anda acunhando ela. - Eu mermo nunca pisei meus pé na calçada dela. Alemão negava, negava e negava.
Conversando num salão de fazer unhas uma vez, Generosa disse que adorava bolo ligado e Crush. Por coincidência ou não, toda noite Alemão passava com um pedaço de bolo e um Crush, com essa nova descoberta a fofoca ficou de boca em boca. Logo em seguida a essa fofoca, Rosa de Tuca que trabalhava na casa do casal, chegou com uma conversa na lavanderia coletiva que assanhou mais a especulação. Conversando com Rita de Borrego ela disse: Tu acha muié? Lá im casa ninguém fuma e já é a segunda vez qui eu acho uma ponta de cigarro globo, bem dibaxo da ginela qui dá pru quarto da patroa, será qui a patroa anda pondo no mato? - Neguinha cum certeza ela tá. Pruque tu num precura saber quem é o galo qui anda ciscando lá no terreiro? - Eu não vigia! O ome qui eu vejo lá é só Seu Cornélio.
Depois desse papo da lavanderia o boato espalhou-se mais do que bolinha de termômetro em piso de cerâmica. Os colegas de Alemão cada vez mais amparados com os boatos, não paravam com as perguntas tendenciosas: -E aí Alemão. Tu tá ou num tá quebrando o jijum cum Generosa? -Já tá bom de acabar cum isso! Eu sempre arrespeitei Dona Generosa. Eu já dixe num sei quantas vez, eu nunca cruzei meus pé na porta dela.
Outro colega disse: Num adianta mais tu negar não Alemão. Ela merma já se descuidou e dixa lá no açougue. Diga logo, tu abaicou ou num abaicou. - Eu num já dixe. Eu nunca butei os pé na porta dela. - E Cuma era qui tu fazia prumode moíá o biscoito? Alemão sem mais nenhum contra-argumento resolveu abrir o jogo:
- EU PREACAVA NA GINELA.
EM CASA DE ENFORCADO
NUNCA È BOM FALAR EM CORDA
O casal Cornélio e Generosa, comprou dois hectares de terra na área urbana da cidade e construiu uma casa no centro, deixando um bosque de fruteiras circulando a moradia. Na cidade morava Paulo de Sinhá, que era mais conhecido por Alemão. O apelido ele ganhou porque além de falar muito enrolado, ele era alto e vermelho, assim como os filhos de Dona Clara. Alemão era do tipo mineiro, falava pouco e escutava muito. Se fazia até de doido para não entrar na fila de receber o leite que o padre distribuía para os pobres.
Cornélio mais Generosa com pena de alemão que não tinha onde morar, doaram um pedaço do terreno onde ele construiu uma casa de taipa pouco maior do que uma de botão. Assim que Alemão ocupou o barraco começou a surgir uma conversa de que ele tinha um caso com Generosa. Como Cornélio viajava muito para vender legumes na feira de Ico, o assunto começou a ganhar um certo interesse popular.
Na usina Diniz, onde Alemão trabalhava, quando os colegas falavam no assunto ele negava categoricamente:
- Alemão! É verdade qui tu tá se fornecendo na casa de Seu Cornélio?
- Qui é isso ome? Eu nunca cruzei meus pé na porta de Dona Generosa.
Outro amigo perguntava:
-Ei Alemão! É divera qui Dona Generosa tá sendo muito Generosa cum tu? - Magina se eu tinha corage! Dona Generosa é uma muié prendada, ela lá ia querer chafurdo cum um casca grossa qui nem eu.
Outro companheiro;
Num negue não alemão. Tu anda mermo, ou num anda cum iscandelo pru lado daquela muié? Todo mundo já sabe qui tu anda acunhando ela. - Eu mermo nunca pisei meus pé na calçada dela. Alemão negava, negava e negava.
Conversando num salão de fazer unhas uma vez, Generosa disse que adorava bolo ligado e Crush. Por coincidência ou não, toda noite Alemão passava com um pedaço de bolo e um Crush, com essa nova descoberta a fofoca ficou de boca em boca. Logo em seguida a essa fofoca, Rosa de Tuca que trabalhava na casa do casal, chegou com uma conversa na lavanderia coletiva que assanhou mais a especulação. Conversando com Rita de Borrego ela disse: Tu acha muié? Lá im casa ninguém fuma e já é a segunda vez qui eu acho uma ponta de cigarro globo, bem dibaxo da ginela qui dá pru quarto da patroa, será qui a patroa anda pondo no mato? - Neguinha cum certeza ela tá. Pruque tu num precura saber quem é o galo qui anda ciscando lá no terreiro? - Eu não vigia! O ome qui eu vejo lá é só Seu Cornélio.
Depois desse papo da lavanderia o boato espalhou-se mais do que bolinha de termômetro em piso de cerâmica. Os colegas de Alemão cada vez mais amparados com os boatos, não paravam com as perguntas tendenciosas: -E aí Alemão. Tu tá ou num tá quebrando o jijum cum Generosa? -Já tá bom de acabar cum isso! Eu sempre arrespeitei Dona Generosa. Eu já dixe num sei quantas vez, eu nunca cruzei meus pé na porta dela.
Outro colega disse: Num adianta mais tu negar não Alemão. Ela merma já se descuidou e dixa lá no açougue. Diga logo, tu abaicou ou num abaicou. - Eu num já dixe. Eu nunca butei os pé na porta dela. - E Cuma era qui tu fazia prumode moíá o biscoito? Alemão sem mais nenhum contra-argumento resolveu abrir o jogo:
- EU PREACAVA NA GINELA.
Mundim do Vale
Esse causo da preaca na ginela, eu dedico ao escritor de Matorzinho e pergunto se ele não acha que Várzea Alegre e matorzinho são;
ResponderExcluirCarne e unha.
Mundim do Vale.
Mundim.
ResponderExcluirEssa historia de mulher "generosa" vem de longe. Por baixo de sete capas,mas, havia sempre alguem pra dar noticias ou inventar. Uma delas, alem de fazer caridade era tambem comerciante: Vendia tijolo de leite. Pedro do Sapo era muito critico e um dia estava conversando sobre negocio com um amigo: negocio bom é esse, negocio bom é aquele. Pedro do Sapo disse: Negocio bom é o de fulana: vende tijolo de leite: Raimundo Silvino dar o açucar e Vicente meu dar o leite.
Mundim.
ResponderExcluirEssa historia de mulher "generosa" vem de longe. Por baixo de sete capas,mas, havia sempre alguem pra dar noticias ou inventar. Uma delas, alem de fazer caridade era tambem comerciante: Vendia tijolo de leite. Pedro do Sapo era muito critico e um dia estava conversando sobre negocio com um amigo: negocio bom é esse, negocio bom é aquele. Pedro do Sapo disse: Negocio bom é o de fulana: vende tijolo de leite: Raimundo Silvino dar o açucar e Vicente meu dar o leite.
Safadinha essa dona generosa. Não sou a favor de puladinhas de cerca. Tem que ser cartas na mesa; ou é, ou não é. Abraço Mundim.
ResponderExcluirAgradeço ao Mundim pela lembrança de Matozinho e acredito que esta história podia ter se passado por lá, se é que não se passou mesmo. Matozinho tem sim muito de Várzea Alegre, um pouco do crato, do juazeiro do meu Padim, de Jardim, de Barbalha...Em todas estas codades seu povo é a maior atração da cidade, a história é mais importante que a geografia.
ResponderExcluirMorais. essa casa aí da foto o Alemão nunca preacou pela janela não viu?
ResponderExcluirCorrigindo. Sem querer eu usei o endereço do meu filho Diogo, mas o
ResponderExcluircomentário é o mesmo, porque essa casa aí eu acho que conheço e a de Generosa era diferente.
Mundim
Meu caro Mundim.
ResponderExcluirÉ verdade. As vezes agente passa por mentiroso. Mas eu quiz dizer que por falta de janela é que o Alemão não ia deixar de visitar Dona Gê. Só do lado mostrado tem varias janelas como diz o matuto - apregadas umas nas outras.
Meu caro Mundim.
ResponderExcluirÉ verdade. As vezes agente passa por mentiroso. Mas eu quiz dizer que por falta de janela é que o Alemão não ia deixar de visitar Dona Gê. Só do lado mostrado tem varias janelas como diz o matuto - apregadas umas nas outras.