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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

MAMONAS ASSASSINAS - Por Mundim do Vale.

A banda estava em Brasília
Mas não era a amarela,
Bem distante da família
Que tanto gostava dela.
Tocando com alegria,
Ninguém no grupo sabia.
Do seu destino fatal,
Foi com uma devoção,
A última apresentação
Ter sido na capital.

Partiram da capital
Naquele vôo derradeiro,
Um falava em carnaval
Outro tocava pandeiro.
Com a tragédia na mente,
Aquela boa vidente
De noite viu um clarão.
E foi com muita tristeza,
Confirmando com certeza
Sua triste previsão.

Foram todos de uma vez
Porque Deus não dividiu?
Ficava ele com três
Deixava dois no Brasil.
A pergunta é brasileira,
Tem gente até em fileira
Velho, rapaz e meninas.
Ouvindo o disco chorando,
E saudade matando
Dos Mamonas Assassinas.

Quando se toca em conjunto
Nada falta, tudo tem,
O grupo tocava junto
Porque isolar alguém?
Se Deus queria alegria,
Porque alguém ficaria
Se a festa era no Céu?
Como Júlio, Sérgio e Bento,
Alegravam o firmamento
Sem Dino nem Samuel?

Um tocava violão
O outro na bateria,
Aquele triste avião
Acabou a alegria.
Mas o que é bom permanece,
Como é que alguém esquece
Aquele bom musical?
Assim que a banda subiu,
Lá no céu alguém pediu
Pra tocar mundo animal.

Quando os meninos chegaram
No céu de nosso Senhor,
Os santos todos gritaram:
- Chegou a banda do amor.
E eles com simpatia,
Deram um show de alegria
Tira, bota, bota, tira.
Os anjos foram chegando,
Só pra ver eles tocando
A música do Vira-Vira.

Quando foram a procissão
Dinho chutou um chapéu,
Bento chamou à atenção
Porque estavam no céu.
Júlio só por anarquia,
Derrubou a bateria
Tudo terminou em riso.
Eles não queriam guerra,
Subiram daqui da terra
Pra cantar no paraíso.

Quem sabe eles voltarão
Mas em formas diferentes,
Não vai ser de avião
Porque são irreverentes.
Talvez em burro de cela,
Ou na brasília amarela
Coisa mesmo de menino.
Podem vir até dançando,
Ou até mesmo puchando
O jumento Celestino.

Quando o grupo aqui chegar
Pulando e fazendo graça,
Vão ouvir sabão crá-crá
Na emissora da praça.
Vão ver Valéria ansiosa,
Com Juliano Barbosa
Pra todo o grupo abraçar.
Eles vão dizer sorrindo:
- A gente tava mentindo
Pra enganar mãe Dinah.

Vai começar novamente
Aquela mesma alegria,
Mas o grupo é diferente
Agora é banda utopia.
Nem primeira nem segunda,
Vão passando a mão na bunda
Sem saber o que fazer.
Todo o grupo arribita,
Cantando e fazendo fita
E ninguém vai mais morrer;

Mundim do Vale.

Dedicado a Santiago Bezerra e a João Pedro.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Obrigado pela dedicatória amigo,adorei.
    Afinal era um fã presente em shows deles, na época morava no rio de janeiro e ainda fui a 1 shows no Metropolitan 10/02/1996(casa de shows), e um no no estádio do time Campo Grande.

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