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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 5 de novembro de 2024

004 - O Crato de Antigamente - Por Antônio Morais.


1958 - Eleições municipais no Crato. A residência do Coronel Filemon Teles, respeitado chefe politico, estava apinhada de eleitores, principalmente aqueles residentes na zona rural do município. Muito deles, depois de cumprido o "dever cívico" do voto, já regressavam às suas casas.

Na época era bastante comum o eleitor, numa artimanha politica, mormente os residentes nos sítios e povoados, votar uma, duas ou mais vezes, usando títulos de eleitores já falecidos e daqueles que não mais residiam na área do município.

Verificada a semelhança fisionômica, pois o título trazia fotografia, conhecido cabo eleitoral da UDN entrega ao não menos popular Rodrigues Jamacaru, um dos títulos fantasmas,com a instrução para votar na seção eleitoral que funcionava, na época, no prédio da Estatística .

De posse do título, Jamacaru, pressuroso, tenta o voto duplo. Todavia, levou azar, pois na porta da seção estava o Diomedes Pinheiro, fiscal do PSD e amigo leal do Professor Pedro Felício Cavalcante.

Ao regressar ao comitê do partido, recebeu nova instrução: Volte e tente despistar o Diomedes. Jamacaru, fiel escudeiro do Coronel Filemon, partiu para nova investida. Foi chegando e avisando: corra, seu Diomedes, que a sua esposa caiu no banheiro e quebrou as duas pernas.

Como um raio saiu Diomedes Pinheiro, enquanto Rodrigues Jamacaru, tranquilamente, em dose dupla, cumpriu mais uma vez o dever cívico do voto.

Ao regressar e contar o episodio, foi observado, a certa distância, sem ser notado pelo Coronel Filemon - nosso querido tio Filé que, ao final sentenciou:

Compadre Rodrigues, você não fez direito. Não agiu como devia. Era para quebrar uma perna nessa eleição e deixar a outra para a próxima.

Coisas gostosas do nosso folclore político.

3 comentários:

  1. Uma foto e uma bela historia . Os cratenses por preguiça de ler estão vendo a foto e perdendo a historia.

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  2. MORAIS,
    Acho que vc sabe que o Cel Filemon fez uma viagem ao Rio de Janeiro,capital Federal à época,em busca de recursos financeiro para aplicar em obras no Crato.
    Acontece que a distância,As estradas,E os meios de transportes eram tão precários e juntando com a burocracia da liberação das verbas o Coronel quando voltou com um bom dinheiro teve que entregar ao novo Prefeito,ALEXANDRE ARRAIS que executou inúmeras obras estruturantes na Cidade
    do Crato.E olhe que o Filemon era da UDN e o ALEXANDRE do PSD,partidos de grandes rivalidades,mas seus chefes políticos se respeitavam e tinham como interesse maior a grandeza de sua Cidade e o bem estar da população.
    BONS TEMPOS QUANDO HAVIA HOMENS PÚBLICOS SÉRIOS E HONESTOS.!!!

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  3. Assim mesmo Dr. Luciano. Eram adversários políticos, mas grandes amigos, amigos do Crato.

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