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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Ingenuidade matuta - Por Antônio Morais.

A esposa de um médico trouxe da fazenda uma mocinha para trabalhar em sua casa. Vivia dona Imaculada, a esposa do cirurgião a fazer elogios ao marido.

Contava vantagens e cagava goma : o meu esposo é muito competente, estudioso, aplicado, nunca errou um diagnóstico.

A mocinha, a coisinha mais encabulada do mundo, mal abria a boca de tão pura e inocente. Além de ter pendores para os serviços domésticos, era bem bonitinha, baixinha, toda redondinha, uma carinha bonita com dois olhos grandes iguais a dois rubis.

Um dia dona imaculada fazia as malas para um cruzeiro com as amigas e a mocinha a surpreendeu : Eu quero que a senhora  faça minhas contas que eu quero voltar pra casa.

Porque?

Eu quero morrer junto do meu pai e minha mãe.

Que conversa besta é essa?

A senhora  não disse que o seu marido acerta tudo, não erra nada. Disse, mas o que tem uma coisa a ver com a outra?

Hoje, quando eu fui abrir o portão da garagem o seu marido pegou na minha bunda, apertou bem muito e falou:

De hoje você não passa. 

Eu quero ir morrer em casa.

Um comentário:

  1. Hoje já não existe essa ingenuidade toda, e a mulher certamente desistia do cruzeiro com as amigas.

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