Não ria por nada. O homem era sério, sisudo, quase trombudo. Assim era o
Mundim da Varjota. Nunca se viu um riso, um gesto de simpatia, embora
fosse educado e muito honesto na sua atividade e seus afazeres.
Certa feita, na locução de Valdefrance Correia anunciava-se no som do "Cine
Odeon" o filme "O gordo e o magro".
Então, José Gatinha e Paulo de Dudu vislumbraram a oportunidade de ver o
homem rindo. Com muita luta convenceram o Mundim ver o filme. Era
impossível ver " O gordo e o Magro" e não ri, assim pensavam.
Mundim entrou pela primeira vez numa casa de diversão, sentou-se na filheira
da frente, mirou os olhos na tela e cruzou os braços sobre o peito. Os amigos
ficaram aguardando uma risada, uma gargalhada talvez.
Mas que nada, terminado o filme, as luzes se acenderam e o Mundim lascou
:
" Isso é que é ser dois cabras éguas ".
Muitas historias de humor e riso, contadas em nome desse ou daquele personagem fazem parte do folclore e da verse de um povo e deve ser respeitado a memória.
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