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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

400 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.

A guerra  do sitio Araçás.

Um pé de cedro na divisa das propriedades de  Lourenço e  Amâncio quase leva o sitio Araças a uma guerra. Por muito pouco não houve  um derramamento de sangue.

Os proprietários já não se entendiam por conta da politica : um era "Pessedista e o outra Udenista", e cada um implicava mais com o outro na hora de decidir com quem ficava a árvore fincada na divisa das terras.

Para evitar uma tragedia a esposa do Lourenço foi a casa de Antônio Correia, Cel da guarda nacional e maior autoridade politica à época, de quem era  partidária e pediu para ele arbitrar a questão.

O Cel Antônio Correia era muito jeitoso e estrategista convidou primeiro para uma conversa o Amâncio e lhe disse : Seu  Amâncio, eu estou precisando de uma madeira de cedro para fazer as portas da casa de uma filha que vai se casar e soube que o senhor tem um pé de cedro que resolve o meu problema. Gostaria que o senhor me vendesse.

Resposta solicita, Cel Antônio Correia pode mandar cortar o cedro e tirar a madeira. Não lhe vai custar nada. Agora eu gastava o dinheiro que a propriedade vale e não perdia o meu cedro para aquele "fela da puta" do Lourenço meu vizinho.

Resolvida a primeira parte o Cel Antônio Correia mandou chamar o segundo proprietário e lhe  disse: compadre  Lourenço eu quero saber por quanto você me vende um pé de cedro que você tem, estou precisando de uma madeira.

Lourenço disse: Cel Antônio Correia pode mandar cortar e tirar a madeira, não vai lhe custar nada. Eu quero ver o "fi duma égua" do  Amâncio impedir.

O Cel Antônio Correia derrubou o pé de cedro tirou a madeira e acabou a questão. Isso é que era um exímio conciliador.


5 comentários:

  1. O CORONEL SIMPLISMENTE SIMPLICOU. SERVE DE EXEMPLO PRA NOSSAS VIDAS AS VEZES SOMOS CHAMADOS A RESOLVER E COMPLICAMOS AS COISAS; O CEL. USOU DE SABEDORIA NUMA SIMPLICIDADE ÍMPAR

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  2. Pois é poeta.
    Nenhum dos dois faziam questão pelo pé de cedro, mas não admitiam ceder metade pra cada um. o Cel usou da inteligencia.

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  3. Amigo Morais
    Então o caso está igualzinho aqui em Coxim-ms pois o simbolo da cidade é um PÈ DE CEDRO até por sinal tem uma música que serve de hino para os amantes do Estado.Mas digamos a uns dois anos atrás deu um vendaval danado e o mesmo é tão velho...mas tão velho que caiu uma banda...kkkk...o que fizeram Coxim entrou em pânico chamaram ao local quem entendia do assunto e levantaram a parte que caiu com cabos de aço e ele até hoje continua sendo a FAMA da cidade...mas vá em busca desses grandões que socorreram a árvore e peça uma ajuda pra alguma solidariedade...logo vem a resposta A COISA TÀ DIFICIL mas pra socorrer uma simples árvore foram em busca de quem entendia e pagaram caro pela recuperação...Até hoje é um ponto turistico da cidade PÈ DE CEDRO plantado pelo famoso poeta (Zacarias Mourão)In memorian

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  4. Morais.

    Os dois personagens do caso eram sobrinhos da minha Avó, Emilia Amancio. Nos Araçás foi sempre assim. Hoje poucos da família ainda habitam aquele sítio que divisa com o sítio José. Enviei ao blog, uma foto, em que aparecia eu, minha filha, e Lindoval, meu primo, que se recupera de uma virose em João Pessoa. Na foto aparecia uma linda plantação de arroz em uma lagoa nos Araçás. Essa lagoa pertence, ou pertencia, a toda família, cada um dos herdeiros tinham direito a um pedaço da lagoa, pois sabe como é, no ceará água é um bem precioso! Os outros acreditam, nós temos certeza!

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