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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

414 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Dr. Sávio no seu ultimo “Sexta de Textos” falou das debulhas de feijão ou de versos do seu Nem. Hoje eu trago as debulhas do Sanharol.

Josefa de Sanharol e Mundinha eram irmãs, Pedro André e Benedito eram irmãos. Os quatro eram primos legítimos. Pedro André era casado com Josefa, Benedito era viúvo e Mundinha, a poetisa, nunca quis se casar.

Reuniam-se na casa de Pedro e Josefa toda a gente da ribeira para a conhecida debulha de feijão. Faziam uma ruma de feijão na grande sala, colocavam um pão de arroz no meio para ser degustado com café donzelo como premio aos participantes no final do serviço. 

Pode-se falar que muitos casamentos foram a resultante dessas debulhas de feijão, bem como muitas decepções amorosas.

Prosa vai, prosa vem, Pedro André disse: Benedito você devia se casar com Mundinha. Benedito endoidou e não teve a paciência necessária de esperar a melhor hora de falar com Mundinha, se afoitou e foi logo, no meio daquela multidão, pedindo em alta voz a mão de Mundinha em casamento. 

Depois de ouvir a proposto do primo Mundinha respondeu em verso. A maior mala de todos os tempos.

Ei-la:

Não me caso com viúvo
Nem que a corda dê um nó
Pra depois não me dizer
Que a finada era melhor.



2 comentários:

  1. As duss irmãs, Josefa e Mundinha eram pesdoas do bem e respeitadas por todos, que as chamavam madrinhas.

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