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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

415 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.



Em frente a casa do Sanharol tinha uma casinha de taipa que foi ocupada por Felipe e Antônia de Silvestre. 

O casal tinha uma reca de filhos e uma delas de nome Rita era afilhada do José André. Um dia, Felipe adquiriu uma sanfona velha e decidiu aprender a tocar. 

À noitinha, Felipe sentava-se na frente da casa e mandava brasa. Devido a proximidade das casas ninguém dormia com o fon-fon. Era fon quando abria e fon quando fechava a sanfona. E não saia desse tom ou seja do fon-fon.

Maurícia, irmã de Antônia veio passar uns dias na casa da irmã. Antônia se ocupava com os afazeres na cozinha enquanto Maurícia ficava apreciando o tocadão do Felipe. 

Um dia, a sanfona silenciou, Antônia que já estava desconfiada, se aproximou como quem toma chegada pra matar passarinho e descobriu que  Maurícia estava de sócia do marido.

Foi o maior fuá, cabo de bassoura pra todo lado, um verdadeiro cu de boi. Chamaram Zé André para apaziguar a guerra das irmãs.

Zé André, muito jeitoso e prudente, ouviu pacientemente as partes e deu o seu parecer: Comadre Antônia, se "afregele" não.

Compadre Felipe sabendo que não seria um bom acordeonista resolveu trocar de instrumento e treinar um pouco com o reco-reco de tua irmã. 

Não houve jeito Maurícia teve que arribar do Sanharol na mesma noite.


4 comentários:

  1. João Pedro.

    Em que arquivo voce está encontrando estes causos? Não importa onde seja. O importante é que foi verdade. A confusão foi grande, motivo pra intriga de irmãs.

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  2. Ei Vovô.

    Vovó Tonha disse que por conta da confusão Felipe foi deixar Mauricia na rua de São Vicente na mesma noite. Depois disso só Antonio Costa para desvendar o que pode ter acontecido na viagem.

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  3. Morais,

    Acho que Antônio Costa era o delegado na época, com certeza ele soube do que houve no percurso até a rua São Vicente.

    João Pedro,

    Quando eu tinha 18 anos ganhei um violão mas só aprendi a tocar: "BOTEI MEU SAPATINHO NA JANELA DO QUINTAL" Só isso, até perceber que estava incomodando a vizinhança, encostei o violão.

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  4. Lembro desses personagens e do incrível estado de pobreza daquelas pessoas. Na época, eu muito criança, minha mãe me mabdou muitas vezes deixar trouxas de ropupas na casa de D. Maurícia prá ela lavar.

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