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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

416 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Postagem de Antonio Morais.

Leila Menezes, foto,  jovem pesquisadora,  memorialista e  historiadora, neta do perfilado.

Francisco Assis Menezes nasceu em 11 de outubro de 1912, na localidade Lagoa do Arroz, em Várzea Alegre, Ceará. Filho de José Raimundo de Menezes e Raimunda Correia Lima. 

Assis Menezes, como era conhecido, começou ainda bem jovem a trabalhar na lavoura, ajudando ao seu pai, como era costume de todas as crianças nascidas à época, para auxiliar na base do sustento da família. Menino esperto e trabalhador, logo conquistou o respeito e a confiança de todos que o cercavam com sua habilidade e expertiz no trato da lavoura e dos animais de grande porte: qualidade que sempre teve como base em qualquer circunstância de sua vida.

Seus estudos foram poucos, mas o suficiente para tornar-se um agricultor pecuarista muito próspero. Com terras herdadas do seu avô José do Sapo, começou a sua longa e honrada história: plantando arroz e algodão e mesmo sem estudo, sempre visando melhorar seu negócio, investindo em seu rebanho a adição de gado da raça GIR, originária da Índia, da qual era um grande admirador.

Homem de família tradicional e de muita fé, conforme os princípios religiosos de seus pais, foi conquistando seu devido espaço na comunidade de Várzea Alegre.

Sua juventude foi marcada por muito trabalho e muita diversão, pois trazia em sua carga genética a herança cultural de seus familiares do sítio Roçado de Dentro. Não sabia tocar nenhum instrumento musical, mas era um excelente dançarino e frequentador assíduo de todos os festejos de sua época.

Francisco  Assis de Menezes, Assis de José Raimundo da Vazante.

Sem distinção, gostava de todos que o cercavam e tinha sempre uma palavra de confiança e de sabedoria. Sabia manter-se calmo, paciente e era muito generoso mediante as circunstâncias que apareciam.

Casado por duas vezes, deixou um legado aos seus filhos, netos e bisnetos: bons ensinamentos de amor, de respeito e de fé.

Sempre teve uma ligação especial com o Baixio do Exu. Foi aqui que fixou suas raízes e traçou sua história de vida. Constituiu família neste local, onde nasceram quase todos os seus filhos. 

Diante das necessidades de uma vida mais próxima da cidade, teve que mudar sua residência para o centro, mas diariamente fazia o trajeto ao Baixio do Exu, a pé, duas ou três vezes, para manter o cuidado com sua estimada terra.

A relação de Assis Menezes era tão forte com o Baixio do Exu, que hoje, após décadas de seu descanso eterno: filhos, netos e bisnetos mantêm um caloroso afeto e cuidado ao local, algo que com certeza, irá atingir diversas outras gerações futuras, porque aqui está a origem de sua descendência: um local que sempre será especial para aqueles que herdaram de seus ensinamentos.

Sua amizade com a comunidade é mantida, através dos filhos e netos, que estão sempre cultivando vínculos com esta terra tão amada.

Por fim, foi um homem de bem, de conduta exemplar que representou um modelo a ser seguido, tanto como chefe de família, quanto como cidadão honrado e trabalhador que sempre foi. 

Um cumpridor de seus deveres para com seus semelhantes e para com a comunidade. Merecedor, portanto, da justa homenagem que o poder legislativo presta a sua memória.

Um comentário:

  1. Para quem como eu, conheceu e conviveu com Assis Menezes a crônica da Leila Menezes é o retrato fiel do homenageado. Sem esquecer nenhum detalhe, sem que se possa fazer qualquer reparo. Parabéns Leila, o teu avô era exatamente assim.

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