Ditados populares do Cariri -- por Armando Lopes Rafael

O Cariri cearense, definido pelo dramaturgo Oswald Barroso como “uma espécie de caldeirão cultural” é pródigo no uso dos ditados populares. Estes, são frases ou expressões consideradas sábias, porque são passadas de geração para geração a transmitir experiências e conhecimentos. Até um passado recente era comum, nesta região, utilizar-se com frequência, nas conversas, os chamados “ditados populares”. Eles se constituem em pequenas doses da “Sabedoria Secular” do Nordeste brasileiro. Hoje as novas gerações pouco conservam os ditados populares. Abaixo, alguns dos ditados populares mais repetidos no Cariri.

Antes só do que mal acompanhado.
Antes tarde do que nunca.
Aqui se faz, aqui se paga.
As paredes têm ouvidos.
À noite todos gatos são pardos.
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Águas passadas não movem moinhos.
Boa romaria faz quem na sua casa reza em paz.
Em cada cabeça uma sentença.
Cada louco com sua mania.
Cada macaco no seu galho.
Cada um sabe onde o sapato lhe aperta.
De boas intenções o inferno está cheio.
De grão em grão a galinha enche o papo.
De tostão em tostão chega-se ao milhão.
Devagar com o andor, que o santo é de barro.
Devagar se vai ao longe.
Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.
Dois bicudos não se beijam.
Dos males, o menor.
Errando é que se aprende.
É melhor prevenir do que remediar.
Filho de peixe, peixinho é.
Gato escaldado tem medo de água fria.
Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
Nada como um dia depois do outro.
Nem tudo o que reluz é ouro.
Ninguém diga: desta água não beberei.
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
Não faças aos outros aquilo que não queres que façam a ti.
O homem prevenido vale por dois
Onde come um, comem dois.
Onde há fumaça, há fogo.
O pior cego é aquele que não quer ver.
Para bom entendedor meia palavra basta.
Primeiro a obrigação, depois a devoção.