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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 17 de abril de 2018

CHATICE E DELÍRIOS - Por Wilton Bezerra, comentarista esportivo da TV Diário e Rádio Verdes Mares


Duas coisas que estão fazendo lama no Brasil: chatices e delírios.
Se é verdade que o índice de felicidade de uma nação pode ser medido pelo tipo de polêmicas que são sustentadas, estamos fritos.
Talvez, em homenagem a Messias Holanda, forrozeiro dos bons, falecido recentemente, se discute até se o coco é oco.
São polêmicas fluviais que produzem “água”, capaz de encher novamente o Castanhão. Ô povo besta.
Até o futebol brasileiro tem sido uma chatice só.
Daqui a pouco, será o atletismo modalidade a fornecer atletas para o esporte-rei.
É correria desenfreada, mesmo nos grandes jogos.
A arbitragem brasileira dá a sua inestimável contribuição com erros grosseiros, geradores de punições para apitadores, mais grossas ainda.
O trio que apitou Vitória e Flamengo, errou tanto para os dois lados que recebeu uma uma punição ridícula – vai apitar somente jogos da série B.
E a série B está podre ou é cobaia? Pelo menos, foi a informação divulgada.
Pode ser, por tão imoral decisão, se tratar de noticia falsa, outra chatice que se mistura com a falta de vergonha.
Um tal de capitão Augusto, delirante deputado do PR paulista, apresentou, na semana passada, um projeto de lei que obriga árbitros de futebol e seus auxiliares a declararem por escrito a equipe para qual torcem.
Sendo assim, eles ficariam impedidos de atuar nos jogos dos times do coração, sob pena de nulidade das partidas.
O insano projeto ainda aponta para o seguinte: os homens do apito ficariam impedidos de atuar em jogos sediados no mesmo estado.
Isto é, um árbitro paulista não poderia trabalhar no campeonato paulista.
Sempre tive a impressão de que São Paulo tem a mania de eleger malucos, mais do que os outros estados brasileiros.
E governo temerário, quando escolhe um ministro, consegue simplesmente emperrar os negócios na economia.
Vejam o que produziu a chegada de Moreira Franco a um ministério.
E a corrida presidencial ?
Em tempos delirantes, alguns nomes não tem condições de concorrer sequer em uma disputa para inspetor de quarteirão.
Muitos podem, e com razão, indagar: se Sarney, Collor, Dilma e Temer chegaram à Presidência, por que não posso almeja-la também?
Em meio a esse vendaval de irreflexão, delírios e chatices, surge a possível candidatura de um homem de bem que não tem medo de cara feia.
Se é para botar moral num país onde impera a ladroagem e outros desvios, o nome é Joaquim Barbosa.
No mensalão, fez uma limpeza de área, com a categoria de um Domingos da Guia, o maior zagueiro da história do futebol brasileiro.
Na foto, Joaquim Barbosa, conforme o jornal O Globo, no tempo de atacante do time da Gráfica do Senado, nos anos 70. ‘Jogava na frente, caíndo pela esquerda. Era muito rápido’ - Arquivo Gráfica do Senado

3 comentários:

  1. Joaquim Barbosa fez bonito no Mensalão. Depois renunciou ao cargo de ministro com um tempo de 11 anos ainda para continuar prestando serviços ao pais. Não se sabe a razão. Uns alegam que foi por medo. Eu não digo nada. Na foto ele está muito parecido com Zé Maria do Coríntians, aquele sim um grande lateral. Infelizmente no Brasil a degenerecência é geral. Vai de ponta a outra.

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  2. Pelo andar da carruagem, brevemente um parlamentar despudorado e ingênuo vai apresentar um projeto propondo que o ser humano desconfie da sua sombra, alegando que há desídia em se reconhecer a própria corcunda.

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  3. A aposta no Joaquim Barbosa tem muito a ver com a luta contra corrupção. Pode até não ser o candidato com outras qualidades necessárias mas sua integridade é componente indispensável.

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