Me pedem para falar sobre Neymar. O mundo todo já falou, e continua falando, do jogador e do fiasco da Copa.
Difícil falar do craque dissociado do ser humano. Adianto logo que não sou a pessoa indicada para falar de assunto tão complexo.
Mesmo porque, sou um pessimista quanto ao ser humano. Mas, vamos lá.
Ferreira Gullar disse que nascemos bichos e nos transformamos em seres humanos. Então, a natureza humana é um negócio sério. Não é fácil ser gente.
Com a proteção do pai, Neymar, que começou praticando o futsal, aos 14 anos, já ganhava do Santos um baita salário e era tratado como estrela.
As informações dão conta de que, por influencia do pai e de treinadores, a encenação e o “cai-cai” eram uma forma de proteção contra os zagueiros que o caçavam.
Pelo visto, aprendeu rápido.
Sempre foi tratado como um produto e se amoldou a isso. Pulando etapas, vamos chegar ao que temos dias de hoje.
Ninguém tem dúvidas de que Neymar é um craque. Só que suas ambições, embora legitimas, o embriagaram, como também a todos que vivem em seu entorno: família, “parças”, cabeleleiros, namorada, bajuladores, etc, etc.
Chegou à Copa pensando que ela era só dele.
O momento de sua realização como o maior jogador do mundo.
Blindado de todas as formas. Ai de quem o criticasse. Galvão Bueno que o diga.
E aí aflorou, ou se ampliou, a sua falta de caráter esportivo.
Aprendi muito cedo que: quem não sabe ganhar é pior do que quem não sabe perder.
Quando está ganhando, Neymar tripudia sobre o vencido, com suas carretilhas e dribles desnecessários.
Pelé sempre driblou para ganhar território e nunca para humilhar. Quando perde, Neymar apela com juízes e até com companheiros, como aconteceu com Tiago Silva, ofendido por ele.
Acha, por fim, que uma falta nele é uma ofensa. Lamentável que tenhamos de dizer isso do nosso maior craque.
Entrou enorme na Copa e saiu como uma piada mundial.
O seu desprezo pela torcida que foi aplaudi-lo na saída do hotel, na Alemanha, foi imperdoável.
O ser humano quando se sente grande, a sua grandeza o desumaniza.
Renê Simões estava certo quando afirmou que estávamos criando um monstro. Em termo de humildade e humanismo o monstro está feito, pronto e solto.
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