Continuo dando os meus pitacos sobre política e tem quem ache que me saio bem. Isso representa para mim um incentivo e tanto.
Por várias vezes, tenho exteriorizado, neste espaço, repulsa pelo populismo.
Já disse poucas e boas a respeito desta praga e suas maiores expressões no nosso país a partir de Jânio Quadros, um dos responsáveis pela estocada que levamos com o nome de revolução, em 1964.
Seu tresloucado gesto pavimentou o inicio da estrada para anos de escuridão democrática.
Volto ao assunto, chamado a atenção pela candidatura do homem de televisão, José Luiz Datena, a senador da República pelo estado de São Paulo.
Apresentador de um programa popular, Datena, na sua primeira fala, ataca a política corrompida e podre, que infelicita o país. Isso todo mundo faz e diz.
Como muitos, usando de uma sinceridade populista, promete receitas simples para problemas complexos.
Se programas policiais tivessem um efeito positivo e real na diminuição da violência, ao mostrar a realidade cruel do nosso dia a dia, senadores e deputados só teriam o trabalho de explicar como as aranhas voam.
Mas não é assim que a banda costuma tocar.
A alegoria ao desalento de tais candidaturas populistas se mostram mais evidentes quando Datena arremata: “Vocês podem ter um político de péssima qualidade, uma porcaria, mas terão uma pessoa honesta com vocês”.
Mais populismo do que isso é difícil de se encontrar. Tudo que São Paulo e o Brasil não precisam é de um político de péssima qualidade, uma porcaria.
Se for assim, tudo vai continuar corrompido e podre por falta de representantes com qualidade para se contrapor a esses flagelos.
Assim, não dá. Assim, não dá, como diria Fernando Henrique Cardoso.
Depois de eleito se iguala aos que já estão por lá. Esperar alguma mudança é iludir-se e enganar a si mesmo.
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