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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 9 de julho de 2018

O strip-tease da Justiça brasileira -- Por Ricardo Noblat

Ela está nua. E o que vemos é feio
 
 Pode acabar a qualquer momento – ou não – a batalha de despachos travada por desembargadores de Porto Alegre em torno da libertação do ex-presidente Lula.

O desembargador Rogério Favreto mandou soltar Lula, alegando “o fato novo” de ele ser pré-candidato a presidente da República. Nada mais velho. Há mais de um ano que Lula se apresenta como pré-candidato.

Então o juiz Sérgio Moro, que por sinal está de férias, decidiu manter Lula preso, alegando que Favreto não tinha competência para soltá-lo. De imediato, Favreto expediu novo mandato para soltar Lula.

Para outra vez ser desautorizado – desta vez por quem de fato podia, o desembargador Gebran Neto, relator da decisão unânime tomada pelo tribunal de Porto Alegre que condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão.

O mais recente lance foi dado por Favreto: desautorizado por Gebran Neto, resolveu desautorizá-lo. E ordenou à Polícia Federal que libertasse Lula no prazo de uma hora. O prazo venceu e Lula continua preso.

A seu modo canhestro, Favreto copiou o exemplo que vem de cima – no caso, do Supremo Tribunal Federal. Ali, ministro decide sozinho a seu gosto e vota contra decisão adotada pela maioria dos seus pares.

Não só: ali, ministro vota hoje de um jeito e amanhã de outro, a pretexto de qualquer coisa ou de nada. E cada ministro se comporta como se tivesse lugar cativo na antessala de Deus.

Favreto é apenas um Dias Toffoli que toma chimarrão. Toffoli toma uísque escocês.

2 comentários:

  1. O Desembargador Rogério Favreto sempre foi voto vencido nas votações do colegiado no referido processo. Como aplicar a decisão do seu voto vencido no mesmo processo já julgado os embargos e recursos pelo colegiado?

    Coisa de petista, as escondidas, num feriado como quem rouba. Mas, não se admirem, desta vez não deu certo porque foi na segunda instância que tem juízes acima dele.

    Logo chegará o vez de um ministro do Supremo Tribunal Federal e aí não tem quem modifique a decisão.

    Não tem vergonha o PT, o presidiário Lula nem o desembargador pelo constrangimento causado e decepção sofrida.

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  2. Fica a comprovação de que o PT instrumentalizou todas as instituições brasileiras para fazerem qualquer aberração que beneficie a petralha. Esta desse desembargador, bem como a "inocência" de Gleisi Hoffmann e o marido dela é uma aberração a toda prova.

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