O Conto do pau - Por Dedé de Zeba.

Varzea-Alegre é um museu
De muita estoria engraçada
Muita coisa aconteceu
Porem, pouco divulgada
Nesta cidade eu sou novo
Mas gosto de ouvir o povo
Contando que aconteceu
E achei muito engraçado
Um caso ha pouco passado
Com o nosso amigo Tadeu.

Dizem que esse rapaz
Gosta muito de dinheiro
Estravagancia não faz
Apesar de bom parceiro
Gosta de economia
Que trabalha noite e dia
Lutando pra melhorar
Contaram, pois, com certeza
Que só pensa na riqueza
Pró patrimonio aumentar.

Mas um dia aconteceu
Que ele foi ao Juazeiro
Viajou o tal Tadeu
Pensando em ganhar dinheiro
Foi no horto e na matriz
E se sentindo feliz
Para o santo acendeu vela
Porem lá pro fim do dia
Passou uma grande agonia
E caiu numa esparrela.

Lá no Juazeiro do Norte
A malandragem é tamanha
Que as vezes termina em morte
Ou numa grande façanha
Tem gente de todo canto
Que vai em nome do santo
Só pra assaltar o romeiro
E por isso aconteceu
Esse caso com Tadeu
Num mictorio em Juazeiro.

Tadeu depois da cerveja
Não pode suportar mais
Lá no bar perto da igreja
Se levantou pra mijar
Lá botou o pau pra fora
E outro cara sem demora
Por tras lhe surprendeu
Com bom jeito de falar
Foi pedindo pra pegar
Naquele pau do Tadeu.

Tadeu ficou espantado
Disse: não posso deixar
Deixe eu mijar sossegado
Me respeite e vá andar
Porem o cara insistiu
E para cima partiu
Com aquela pose nogenta
E com jeito ofereceu
Ao nosso amigo Tadeu
Uma nota de cinquenta.

Nisso Tadeu se animou
Vendo o dinheiro na mão
E num instante deixou
O cara entrar em ação
E quando no pau pegado
Apertou o pau pelado
Que Tadeu gritou de dor
E disse: seu anormal
Me solte logo o meu pai
Me faça esse favor.

Nisso o cara respondeu
"Voce comigo aqui fica"
E nosso amigo Tadeu
Grita solte-me a isca..
Não posso agora soltar
Só depois que me pagar
Todos aborrecimentos
Voce, eu sei, num aguenta
Pra pegar paguei cinquenta
Pra soltar, quero QUINHENTOS

Jose Helder França.