Embora registrado no Crato, o que poucos sabem é que o jornalista, o poeta, o advogado, o radialista mestre Eloi nasceu no sitio Baraúnas município de Várzea-Alegre. Sua graça, seu humor, sua alegria são herança da terra de papai Raimundo.
No governo militar, sob os auspícios da Revolução de l964, o Eloi foi preso. Imaginem: preso como subversivo, como comunista, como uma ameaça a pátria. Na solidão da prisão fez este versinho bem oportuno e sábio:
Cadeia, estas tuas grades.
Prendem o meu corpo revolto
Porem, tu não sabes cadeia,
Que o meu ideal está solto!
Postagem dedicada ao Vicente Almeida.
Eloi Teles era um eximio humorista. Recordo-me de um comercial de uma empresa que vendia ração. Focar - Fornecedora Cariri. Eloi dizia assim. Compre rações da focar. Voce conhece o King Kong? Conhece? o King Kong era um sonhin, comeu ração da focar e ficou daquele tamanho.
ResponderExcluirSaudades, muitas saudades mesmo.
É...
ResponderExcluirMorais
Muito obrigado cara, pela lembrança do Eloi Teles, figura impar da cidade do Crato que agora você resgata como sendo Natural de Várzea Alegre... E pior é que é verdade!
Elói Teles era de um humor fora de série e nos seus programas matutinos ou a tardinha das Rádios Araripe ou Educadora, fazia propositadamente umas quadras de pé quebrado e eram mais ou menos assim:
Subi na laranjeira
Para ver o meu Amor
A laranjeira era alta
Mais eu num vi, desci
Lá vem a lua saindo
Redonda como um tostão
Se você não queria casar com eu
Por que fez eu vender minha bicicleta?
Da tua casa pra minha
Tem um riacho no meio
Eu de cá dou um suspiro
E tu de lá nem mode coisa.
Isto era humor a perder de vista.
E no forro da casa grande nas noites de sábado ele enfeitava duas tarefas e meias de latada para a diversão da matutada.
Seu Mariano era o mantenedor dos candeeiros e vez por outra ele chamava a sua atenção: Ei seu Mariano: Aquele candeeiro lá do canto tá apagando e tem dois casais lá se aproveitando. Corre lá e acende, aproveita e apaga o fogo dos casais naquele escurinho, se não daqui a nove mês eu num sei não viu!
Ele enfeitava de tal forma o Forro da Casa Grande que o povo ia até a Rádio para dancar no forro de duas tarefas e meias de latada.
Tenho muitas saudades daquele inesquecível amigo!
Abraços do
Vicente Almeida
Pois é Vicente. São 10 anos sem Eloi. Ha exatamente 10 anos o nosso amigo partia para outra morada. Para morada celestial.
ResponderExcluirQUÃO GRANDES VERSOS EM PEQUENA POESIA. QUANDO O IDEAL É DO POVO NENHUM CARCERE O PODE PRENDER. E QUE BOM SABER QUE ESTE GRANDE ARTISTA REGIONAL FAZ PARTE DO NOSSO CÉU DE ESTRELAS.
ResponderExcluirELÓI FOI BESTA ESPEROU; BIDINHO CAIU NA MATA COM OS DOCUMENTOS DO SINDICATO NUMA MALA.
ResponderExcluirPrendem o homem mas nunca o seu ideal... Um belo poema!!!
ResponderExcluirPrezados Vicente, Claudio e Klebia.
ResponderExcluirO Eloi era mestre da informação. Quando cheguei em Crato eu era bem mais matuto do que sou hoje. Um dia o Eloi disse na Radio: Hoje no Forror da Casa Grande teremos a presença do safoneiro Pedro Souza, ele veio da Rajalegre prestigiar a festa. Eloi infeitou tanto que eu me larguei mais de uma legua a pé para vê Pedro Souza. Danado não foi a ida, danado foi a volta com a sensação da decepção. O Forror da Casa Grande era grande mesmo, Vicente Almeida já adiantou algo; mas aí vai algumas informações.
01 - Tinha dois ferreiros fazendo tringulos para quando o tocador precissasse substituir o triangulo.
02 - 150 mulheres fiando algodão para fazer paviu das lamparinas.
03 - 40 mulheres sobstituindo e acendendo pavius.
04 - 30 homens tirando couro de cachorros para subistituir os zabunbas furados.
5 - 40 carros atolados no lugar que as mulheres mijavam.
Pra tudo Eloi tinha uma brincadeira. No Posto de gasolina, a fila dobrava a esquina, ele saía entrevistando os consumidores, porque aquela preferencia, e o depoimento do cara que estava na fila para abastecer o isqueiro.
Muito bom.