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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 27 de outubro de 2019

ZEFELIPE - BLOG DO ANTONIO MORAIS


ZEFELIPE – FOTO.
De poucos dias pra cá, bateu-me a curiosidade de pesquisar algo a respeito de José Felipe de Sousa, um varzealegrense que poucos outros conterrâneos deixam de conhecer sua historia ou pelo menos de ouviu falar. Encontrei num livro do Dr. J. Ferreira uns escritos e estarei fazendo a transcrição para o Blog do Sanharol em algumas pequenas postagens para o conhecimento dos leitores.
ZEFELIPE - I
José Felipe de Sousa, seu nome completo. Varzealegrense da gema, puro sangue, pela inteligência, alegria de viver, capacidade de trabalho, características de nossa gente. Alvo, de estatura regular, mais para forte do que magro, olhos claros e acesos, de uma loquacidade sem par, prendia a atenção de qualquer um pelo seu jeitão de explanar qualquer assunto.
Hoje, seria um líder sindical, na pior das hipóteses. Com ele não tinha tempo ruim. Se estivesse liso, estaria no seu capital, dizia. Nem dor de dente me tira o gosto de rir. Era outro slogan seu. Analfabeto de pai e mãe, desde nascença – era de uma inteligência primorosa e, nisto, parecia com ferro em fusão que, não irradiando luz, emite o mais forte calor. Prestimoso, bom, honesto e respeitador, com suas brincadeiras e piadas diferia profundamente desta miríade de austeros e circunspectos cidadãos, sob cujas mascaras se oculta a mais vergonhosa falta de vergonha e pudor.
Foi, algum tempo, rapazinho ainda, assistente de Dr. Leandro Correia – acompanhando-o nos chamados, mas era brincalhão demais e o doutor lhe deu as contas. Com as contas algum dinheiro para procurar um novo meio de vida. Viajou, então, para Garanhuns e foi, de imediato, aceito motorista de um médico. Isto, pelas oito da manhã. As onze, já tendo almoçado, eis que surge apresado o patrão, nervoso, o chapéu na cabeça colocado ao contrario – aba caída voltada para trás. Foi entrando, sentando e ordenando: vamos embora, Cearense, que eu estou com pressa. Foi o bastante para o jovem motorista, na maior calma, se virar para o patrão e dizer: Só o senhor dizendo pra onde quer ir. O senhor vai prum lado, e, o chapéu pro outro. A reação foi imediata, o homem não era de gracejos – “Tome seu dinheiro, suma-se de minha vista, vá pro diabo que o carregue". Zefelipe desceu, ele tomou a direção e foi resmungando, seu caminho.
Depois vieram os caminhões e suas historias. Várzea - Alegre se tornou sobejamente conhecida como terra do arroz, de São Raimundo Nonato e de Zéfelipe afamado. Na seqüência teremos mais algumas historias do José Felipe de Sousa.

2 comentários:

  1. Varzea-Alegre se tornou sobejamente conhecida como: Terra do Arroz, de São Raimundo Nonato e do Ze Felipe. Veja quão valoroso foi o Jose Felipe para nossa historia.

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  2. Eu, como interno estudante de medicina em Recife no Hospital Português,fazendo uma visita a um paciente,ele me perguntou de onde eu era,respondi de V. Alegre Ce,êle de imediato disse,da terra de Zé Felipe,eu fiquei besta,perguntei e o senhor,êle disse de Campina Grande.Zé Felipe se hospedava em meu hotel.

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