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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 24 de março de 2011

CASINHA DE TAIPA... Por Claude - Flor da Serra Verde


 Dedicado a Dr. Rolim e família
...e a todos aqueles que um dia viveram a paz e a harmonia do sertão

Uma casinha de taipa
Com os pés fincados no chão
As telhas desembeiçadas
Lá fora, majericão
No terreiro dois banquinhos
Tamboretes no salão
As redes sempre armadas
Café com pão no fogão.
Onde está essa casinha
Que guardo com emoção?
Será que ainda vejo
Essa casa do sertão?
Mãe Mina fazendo renda
Diva fiando algodão
Seu Mané vindo da roça
Zeca com os pés no chão
Tixixa moendo milho
Dinha fazendo feijão
Água no pote friinha
E os canecos de latão
Zefinha lá no terreiro
Correndo atrás de um capão
Chiquim indo buscar lenha
No jumento de Antão
No terreiro a cajarana
Se espalhando pelo chão
E nos galhos escondidos
A zuada do cancão
Espantado com o ritmo
De Maria no pilão
Na cerca se espalhavam
As vaquinhas de melão
Era assim essa casinha
Do chão batido de terra
Que ficava lá na serra
Onde está meu coração.

Claude - Flor da Serra Verde

23 comentários:

  1. Flor da Serra Verde.
    Você agora sacudiu minha saudade.
    O poema e a ilustração tão a CARA DO SERTÃO.
    Essa foto numa xilogravura ía resgatar muita coisa que anda perdida.
    Abraço setanejo.
    Jardineiro Mundim.

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  2. Lindo poema! Pela expressividade do mundo sertanejo tão bem apreciado. parabéns!

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  3. Mundim,Claude bota é pra matar com esse poema.Ela foi fundo demais.Haja nó na garganta.Fabuloso teu poema,Claude,parabens.

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  4. Casinha de taipa ou não
    casinha lá do sertão
    com terreiro
    com galinha
    capote, pinto, capão
    a Flor das Bravas
    também tem
    a sua no coração.

    Parabéns, Flor da Serra Verde!
    Lindo seu poema...

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  5. Claude.

    Seu poema expressa a singeleza da casinha, e, a casinha simboliza a grandeza do coração de quem habita.

    Parabens.

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  6. Perfeito, Claude. Um resgate memorável das coisas do sertão, com criatividade e um maravilhoso talento para a poesia, em uma crônica cristalizada, com riqueza de detalhes, de forma deliciosamente poética. Um primor.
    Grande abraço.

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  7. Claude, Rolim,

    Realmente, esse poema é de uma grata beleza e nos traz grandes recordações. Não só pela estética da casa, mas pelo carga humana e sentimental contida no texto.

    Parabéns!

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  8. parabéns pelo lindo poema faz
    agente resgatar muita coisas boas
    abraço.
    daqui do cadinho do BRASIL
    maracaju estado mato grosso do sul

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  9. Claude essa faz lembrar dos tempos bons do nosso sertão brabo e lembrar das poesias que eram contadas nos terreiros desses sertões.... Tio Aldenisio gostava muito de contar quando estava em Várzea Alegre ...!!
    Abraços e é muito bom resgatar essas maravilhosas coisas ...!!

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  10. Jardineiro Mundim,

    O sertão é a cara da gente e nós somos a cara do sertão porque guardamos essas boas lembranças como um tesouro.

    Abraço sertanejo,

    Claude

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  11. Mena, Felícia,Maria Aparecida e Francisca,

    Muito obrigada pela gentileza. Quando a gente ama o sertão tudo vira poesia.


    Abraço,

    Claude

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  12. Rolim,

    Essas lembranças todas são verdadeiras.
    As pessoas citadas existem de fato, por isso cada detalhe acaba sendo perecido com a própria vivência do homem sertanejo: aquela que conhecemos e vivemos.

    Abraço,

    Claude - Flor da Serra Verde

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  13. Obrigada, Aretemísia,

    Você acabou mostrando seu lado poeta nesses versinhos do seu comentário.

    Parabéns!

    Abraço,

    Claude

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  14. Morais,

    Realmente o clima de harmonia numa casinha do sertão se faz com a humildade e a simplicidade no coração de que ali habita.

    Abraço,

    Claude - Flor da Serra Verde

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  15. Paulo Viana, seu discurso neste comentário tem o mesmo valor e a mesma qualidade dos seus poemas: linguagem apurada e sensibilidade intensa e evidente.

    Obrigada, meu amigo poeta.

    Abraço,

    Claude - Flor da Serra Verde

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  16. Cláudio, creio que todos nós nos irmanamos nesse amor ao nosso torrão. Como falei pra Mundim, isso tudo é a nossa cara.

    Abraço e obrigada pelas palavrinhas que me dedicou

    Claude - Flor da Serra Verde

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  17. Flor das Bravas.
    Eu me enganei quando disse que havia chegado mais uma flor no Blog do Sanharol.
    Chegou foi uma flor poetisa.
    Parabéns pelo seu verso lembrando as coisas lá de nós.
    Abraço Poético.
    Nanum Jardineiro.

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  18. Nanumjardineiropoético,
    não me tire o título dado,
    Flor das Bravas é muito bom
    e é bem do meu agrado.
    A Flor que o Vento não Levou:
    Flor das Bravas.

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  19. Flor das Bravas.
    Não estou lhe tirando o seu título até porque já é direito adquirido aqui no Blog. Estou é acrescentando o de poetisa, para aumentar o seu currículo cultural.
    Abraço poético.
    Nanum da Rajazalegue.

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  20. Nanum, Raimundinho, primo, beija flor, jardineiro do Blog e da Rajalegue, você já reparou que há mais em ponto em comum?
    Rua Dona Iraci e Praça Chico de Sátiro. Não pedimos que colocassem, não queremos que tirem. Certo? É que andam mudando...

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  21. A Avenida Irací Bezerra e a praça Chico de Sátiro, são com a Várzea Alegre como carne e unha, não devem ser trocadas, para não descaracterizar as coisas lá de nós.
    Abraço da Vazante.
    mundim da Vazante.

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  22. Mundim que Mundão!
    Perdoe-me, por favor...Avenida Iraci Bezerra e não rua!
    E olha que são 18 anos ininterruptos que fico na casa da minha mãe. (Antiga casa do Dr. Antonio de Sátiro). Pertinho das primas Tonha e Rita da Prima Izaura!
    Abraços!
    Flor das Bravas.

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