Do nono andar em frente ao mar, nada além de um céu, de um mar e de uma vela branca que se deixava clarear por uma lua da mesma cor. Quem estará ali em busca de peixe, em busca de vida? Quantos feixes de sonhos se confundem com as águas daquele mar tão bravio? Qual de seus anzóis fisgará as réstias de luz que se ofuscam e se confundem diante da madrugada que se anuncia alta, tanto quanto o mar? Em que pensará, longe da terra, o solitário pescador? Quantas solidões habitam sua alma? Quantas saudades moram em seu peito? Que pérolas vivas serão amanhã transformadas em banquetes, servidos em pratos de porcelana fina, talheres de prata, nas mansões da cidade grande, tão distantes daquela aldeia em que uma mulher aguarda a chegada de seu homem, olhando a lua, sonhando o mar? Quantas alegrias, além dos peixes, serão por ele trazidas para a mulher que o espera e que, amanhã, lavará os pratos?
"O homem ocidental está preso em um sistema de valoração, material, hedonista, criado pelo próprio homem mas que serve para alimentar a própria lógica interna do sistema, que o torna estagnado (o homem). O primeiro passo para a possível libertação, ou para enxergar o óbvio, que está a um palmo de nossas faces, é parar e “só observar” o fenômeno, a experiência sensorial. Deixando a consciência livre para expandir-se em sua capacidade reflexiva a respeito do que se está sendo observado. O passo seguinte é “me tornar menos faminto e curioso”, ou seja, meu sistema de valores começa a sofrer brusca mudança, enquanto os olhos da “alma” são abertos para uma nova realidade, ou para um aspecto mais interno, aprofundado da realidade".
ResponderExcluir“O homem é um eterno aprendiz de sua consciência, uma vez sua consciência é a única coisa real, a qual cria, modela e controla a sua realidade”
Josué Santos.
Parabens Xico Bizerra por mais uma bela cronica.
Parabens Xico Bizerra.
ResponderExcluirQue bela cronica. Que reflexão podemos fazer. "Para que perolas sejam transformadas em banquetes, servidos em porcelanas finas, talheres de prata é necessário o anzol do solitario pescador" com os seus sonhos iguais a todos, cheios de mar, luas, familia que lhe espera ansiosa com o mais puro amor. Muito bonito e prazeroso de ler o seu texto.
Abraços
Parabens Xico Bizerra por mais uma perola. Os leitores agradecem pelo privilegio de ler suas belas cronicas.
ResponderExcluirOlhando o oceano, o pescador
ResponderExcluirMergulha na distância o olhar triste,
Alheia-se do mundo ao seu redor
E vive da lembrança, que persiste.
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É velho!... Já não pode agora tanto!...
O tempo, que o esgotou pelo cansaço,
Aumenta-lhe na alma a dor do pranto,
Que a vida não chorou, por embaraço.
.
Aos netos, com saber outrora feito,
Contando vai lições, que tem da vida,
Sem nunca confessar que foi sofrida.
.
Cansado, o coração mantém, no peito,
Cadência de batida. Ainda assim,
Ao som do marulhar do mar sem fim.
Sabrina.
ResponderExcluirParabens, um belo soneto.
obrigado a todos, mais uma vez e parabens a sabrina. muito lindo o soneto.
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