Simulação - A namorada com a bandeja de café, o pai, a mãe e o namorado. Isso é que era namoro arrochado.
Zé Budu chegou ao Sanharol por volta do inicio da década de 60 do século passado. Enquanto arrumava uma casa para morar ficou no armazém da casa do Sanharol, ele e uma reca de 14 filhos entre rapazes e moças.
A volta era curta para os rapazes e, muito mais para as moças. Namorar nem pensar. Uma festa de São João no Barreiro ou São Pedro no Riacho Verde era impossível pensar. Laudimira, a filha do meio, conseguiu, a duras penas, namorar um rapaz do lado das panelas. A posição das cadeiras era mais ou menos assim: Laudimira, Zé Budu, Dona Minervina e o rapaz. Um dia, houve um reizado no Roçado de Dentro e o rapaz convidou a namorada para ir, ela já deu o maior pinote, pois era mais que previsível que o pai não consentia. O namorado teve o atrevimento de ir falar com Zé Budu. Então se deu o presente dialogo entre os dois:
Namorado: Seu José Budu, eu gostaria que o senhor permitisse que a Laudimira fosse comigo para o reisado no Roçado Dentro!
Zé Budu - Não. Nem pensar.
Namorado: Mas, todos os rapazes e moças do Sanharol vão juntos, que mal há nisso?
Zé Budu - Nenhum, mas não vai.
O namorado se enfezou e disse: O senhor está com medo de tirarem um pedaço dela por lá?
Zé Budu: Claro que não. Meu receio é que botem.
Zé Budu tinha razão. Do Sanharol para o Roçado de Dentro a traversia era longa.
ResponderExcluirTinha uma localidade mal assombrada chamada "Toca da Aroeira", vai que Laudimira com medo se agarrasse com o namorado e o desmantelo estava feito. Melhor prevenir que remediar. Já dizia Joaquim Fiuza.
Sei não Morais, namoro com pai desse naipe ai,só dava em desmantelo, mesmo porque a vontade do casal de ficar juntos aumentava a cada dia. Com certeza numa oportunidade destas, nem casa mal assombrada, nem cruz na beira da estrada, nem histórias de alma, nada impediria o casal de desfrutar um momento tão desejado.
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