Primeira cédulas do início dos Estados Unidos do Brazil
O
marechal Manuel Deodoro da Fonseca era simpatizante ao regime
monárquico, funcionário de confiança e amigo de D. Pedro II. Apesar de
saber da conspiração, relutou em participar dela e aderiu à causa apenas
4 dias antes da proclamação da República, em grande parte mais pelo
temor que líderes de alas radicais do exército matassem os membros da
família imperial brasileira, pela qual tinha respeito.
Acreditava que
este ato violento causaria uma guerra civil entre os golpistas com parte
da população (grata pela abolição da escravidão) e os defensores do
Império, que teriam na família imperial mártires para vingar. Por ser o
militar de mais prestígio e de maior patente entre os militares
conspiradores, resolveu tomar a frente do golpe de Estado para manter a
situação sob controle.
Há divergências sobre até que ponto a
participação de Deodoro foi por uma consciência mais ampla ou ambição
pessoal. O pesquisador José Eduardo Bruno descreve da seguinte forma a
ambiguidade da participação do marechal:
Acordado, Deodoro ouve
que dali a poucas horas Ouro Preto assinaria decreto dissolvendo o
Exército. Não era verdade, mas irrita-se, veste a farda e dispõe-se a
liderar a tropa. Não consegue montar a cavalo, tão fraco estava. Entra
numa carruagem e acaba no pátio fronteiriço ao Ministério da Guerra. Lá,
monta um cavalo baio e invade o prédio, com os soldados ao lado, todos
gritando “Viva Deodoro! Viva Deodoro!” Saudando-os com o agitar do boné
na mão direita, grita “Viva o imperador! Viva o imperador!”. Apeia e
sobe as escadarias para considerar Ouro Preto deposto. Confuso pela
forte febre com que se encontrava, repete diversas vezes: “Nós que nos
sacrificamos nos pântanos do Paraguai rejeitamos a dissolução do
Exército”. O visconde, corajoso e cruel, retruca que “maior sacrifício
estou fazendo eu ouvindo as baboseiras de Vossa Excelência!” Foi o
limite para Deodoro dizer que estava todo mundo preso.
O marechal
já ia voltando, o sol ainda não tinha nascido e os republicanos, a seu
lado, insistem para que aproveite a oportunidade e determine o fim do
Império. Ele reluta. Benjamin Constant lembra que se a República fosse
proclamada naquela hora, seria governada por um ditador. E o ditador
seria ele, Deodoro. Conta a lenda que os olhos do velho militar se
arregalaram, a febre passou e ele desceu ao andar térreo, onde montou
outra vez o cavalo baio. A tropa recrudesceu com o “Viva Deodoro! Viva
Deodoro!” e ele agradeceu com os gritos de “Viva a República! Viva a
República!”
Fonte: Site http://historiasylvio.blogspot.com.br/
Como tudo no Brasil, a proclamação da republica foi fruto da esperteza de oportunistas ambiciosos que pensavam só neles. Tanto é que não deu certo, pouco tempo depois estavam arrependidos de seus atos diante do fracasso.
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