Nas minhas leituras, dedico maior atenção às crônicas.
Quem disse crônica não ser literatura e jornalismo é um abestado.
Me bastam as crônicas.
Cronistas frasistas sempre me fascinaram.
Millôr, Nelson Rodrigues, Otto Lara Resende.
Gênios da raça e das frases.
No meu caso, confesso que me esforcei, mas não consegui nem a pose de um “frasista de subúrbio”.
Frases e palavras de vários assuntos servem para construir as abordagens que me interessam.
Até parece terem sido feitas para o papai aqui.
Querem ver uma coisa?
“Maus políticos ainda vão tornar a política desnecessária no Brasil”.
“A politicalha praticada no país vai transformar a política em atividade supérflua”.
“É impossível se tirar férias das amarguras brasileiras”.
“No Brasil de hoje, a esperança é a primeira que bate às botas”.
“Tudo o que eu busco é um lugar onde se viva sem dinheiro, com garantia de não ser preso por vadiagem”.
“No futebol, não se suportam duas coisas: ‘peia’ e tabela”.
“Os humilhados de hoje serão os humilhados de amanhã e de depois de amanhã”.
“Pendurado no teto de um posto de gasolina, como um bode, deve ser o lugar reservado a um ditador”.
“Pelo que rezam nos estádios, pedindo ajuda a Deus, jogadores brasileiros deviam jogar muito mais”.
“Pelo que sei, nenhum cemitério revela onde estão enterrados os canalhas”.
“O Brasil é faixa preta em corrupção”.
Que tal?
Algumas são sofríveis.
Mas não me venham dizer que ficaram tão ruins assim.
Sopa de palavras com um razoável tempero.
Falta do que fazer dá nisso.
Mais um texto de excelente feitura. Parabéns e muito obrigado pela colaboração.
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