Mesmo sem nenhuma divulgação de seu trabalho, os bonecos de dona Mundinha já circulam em São Paulo como autênticos representantes do artesanato regional. Mesmo sem nenhuma divulgação de seu trabalho, os bonecos de dona Mundinha já circulam em São Paulo como autênticos representantes do artesanato regional.
Crato. “A arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida”. Ancorada, inconscientemente nesta filosofia, a dona de casa Raimunda Maria Dantas, conhecida como “Mundinha”, está dando um exemplo de superação para aqueles que têm mais de 70 anos de idade. Está transformando em bonecos as histórias que ouviu contar quando era menina no terreiro de sua casa no Sítio Serra Verde. Personagens como Padre Cícero, Lampião, Maria Bonita, beato José Lourenço, dentre outros que fizeram parte de sua vida são revividos na arte de fazer bonecos. Além de relembrar o passado, dona Mundinha utiliza a arte como uma forma de se comunicar com o mundo exterior. Uma pintura, por exemplo, pode valer mais do que mil palavras, pois a linguagem sutil da alma costuma se expressar com mais clareza por meio dos mínimos detalhes de um trabalho artesanal. E assim, a artesã vai costurando suas ideias e alinhavando seus pensamentos.
História de Criança
Cada boneco restaura uma história de criança, diz dona Mundinha, lembrando que a confecção do beato Zé Lourenço foi inspirada numa conversa familiar. Seu pai contava que um dia descobriu o beato, acompanhado de nove mulheres, dentro do mato, talvez fugindo da Polícia. Ao ser descoberto, o beato se largou de mata a dentro, deixando a comida que estava sendo preparada para o almoço. A imagem ficou gravada na mente dela que, hoje, a reproduz em forma de bonecos. E assim ocorre com outros personagens da história regional que povoaram a imaginação dos sertanejos.
Autênticos
Ao contrário das bonequeiras do pé de manga, que se reúnem debaixo de uma árvore para confeccionar suas bonecas, dona Mundinha realiza um trabalho solitário. Mesmo sem nenhuma divulgação, os seus bonecos já circulam em São Paulo como autênticos representantes do artesanato regional. Por trás dos bonecos, existe uma história triste de dor e sofrimento. A morte de uma filha querida levou dona Mundinha ao reencontro com a arte que foi sufocada pelos afazeres do dia a dia de uma dona de casa. “Era uma formar de matar a saudade”. Nos braços dos bonecos, surgiram outras conquistas. Apreendeu a ler e escrever com mais de 60 anos de idade. Concluiu o Ensino Médio. Agora, aos 73 anos, está sendo incentivada pelas filhas a fazer uma faculdade.
MAIS INFORMAÇÕES
Mundinha Dantas
Rua Derval Peixoto, 200
Município do Crato
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
Crato. “A arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida”. Ancorada, inconscientemente nesta filosofia, a dona de casa Raimunda Maria Dantas, conhecida como “Mundinha”, está dando um exemplo de superação para aqueles que têm mais de 70 anos de idade. Está transformando em bonecos as histórias que ouviu contar quando era menina no terreiro de sua casa no Sítio Serra Verde. Personagens como Padre Cícero, Lampião, Maria Bonita, beato José Lourenço, dentre outros que fizeram parte de sua vida são revividos na arte de fazer bonecos. Além de relembrar o passado, dona Mundinha utiliza a arte como uma forma de se comunicar com o mundo exterior. Uma pintura, por exemplo, pode valer mais do que mil palavras, pois a linguagem sutil da alma costuma se expressar com mais clareza por meio dos mínimos detalhes de um trabalho artesanal. E assim, a artesã vai costurando suas ideias e alinhavando seus pensamentos.
História de Criança
Cada boneco restaura uma história de criança, diz dona Mundinha, lembrando que a confecção do beato Zé Lourenço foi inspirada numa conversa familiar. Seu pai contava que um dia descobriu o beato, acompanhado de nove mulheres, dentro do mato, talvez fugindo da Polícia. Ao ser descoberto, o beato se largou de mata a dentro, deixando a comida que estava sendo preparada para o almoço. A imagem ficou gravada na mente dela que, hoje, a reproduz em forma de bonecos. E assim ocorre com outros personagens da história regional que povoaram a imaginação dos sertanejos.
Autênticos
Ao contrário das bonequeiras do pé de manga, que se reúnem debaixo de uma árvore para confeccionar suas bonecas, dona Mundinha realiza um trabalho solitário. Mesmo sem nenhuma divulgação, os seus bonecos já circulam em São Paulo como autênticos representantes do artesanato regional. Por trás dos bonecos, existe uma história triste de dor e sofrimento. A morte de uma filha querida levou dona Mundinha ao reencontro com a arte que foi sufocada pelos afazeres do dia a dia de uma dona de casa. “Era uma formar de matar a saudade”. Nos braços dos bonecos, surgiram outras conquistas. Apreendeu a ler e escrever com mais de 60 anos de idade. Concluiu o Ensino Médio. Agora, aos 73 anos, está sendo incentivada pelas filhas a fazer uma faculdade.
MAIS INFORMAÇÕES
Mundinha Dantas
Rua Derval Peixoto, 200
Município do Crato
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
Claude.
ResponderExcluirExistem fatos e ações que por si só resistem e vencem a tudo, sem a necessidade da propaganda, basta ser verdadeiro. Esse artesanato tem raizes fincada na historia, e, como tal é valorizado.
Mundinha foi quem criou meu irmão Bertrand e saiu lá de casa para casar com "Zé do Óleo", um mecânico do Crato.
ResponderExcluirO pai dela era "Mané Danta" de quem já contei histórias aqui no blog.
Ela aprendeu a ler escondido do pai que não queria que ela mandasse bilhetes para os namorados.
Depois de criar seis filhos, resolveu estudar e se tornou oradora da turma. Na conclusão do curso ela fez o "discurso dela todo em versos e aggora vai receber uma homenagem como "MULHER DE FIBRA", na cidade do Crato.
Mundinha é um orgulho nosso
Claude, que a D. Mundinha siga construindo, contando, cantando e encantando com sua bonecas!
ResponderExcluirAbraços.