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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 22 de abril de 2011

SEXTA DE TEXTOS - Sávio Pinheiro

MEDO

O medo é um temor que eu temo tanto,
O qual me dá terror quando há tormento,
E usando o meu mais triste sentimento
Conduzo o meu cantar a um triste canto.

Sentindo uma agonia, eu me levanto
Com medo de viver um vão momento,
E vendo o meu pavor soprar ao vento
Eu colho uma aflição da qual me espanto.

Da morte, que é fatal, não sinto medo!
Nem mesmo, ela chegando bem mais cedo,
Pois vejo, o fim da vida, algo banal.

Porém, da dor insana, mais frequente!
Eu sinto um medo forte, internamente,
Um medo quase fora do normal.

16 comentários:

  1. Dr. Sávio, boa reflexão sobre o medo.
    Boa Páscoa para você e sua família.

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  2. Que lindo texto para esta significativa Sexta Santa. Impressionante como o querido escritor Sávio desfila com a mesma desevoltura pela poesia popular, pela prosa e pela poesia de formatos tradicionai.
    Felicidades a todos do blog do Sanharol e ótima Páscoa...

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  3. LINDO SONETO. BONITA MENSAGEM PARA REFLEXÃO. ACHO QUE A PALAVRA "NORMAL" FOI REPETIDA. COISAS DO COMPUTADOR.

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  4. É...

    Sávio:

    O medo é uma companhia
    Que vez ou outra aparece
    Seja de noite ou de dia
    Mesmo rezando uma preçe
    Não escapa um só valente
    Quando a morte de repente
    Seus serviços lhe ofereçe.

    O valente treme e chora
    Geme e funga e bate o pé
    Mas desta vez ele não pode
    enganar como quiser
    De nada vale a afoiteza
    Diante da grandeza
    Da foice dessa dessa mulher.

    Abraços do

    Vicente Almeida

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  5. Artemísia,

    Para escrever e externar sobre o medo que eu tenho da "dor insana", meditei muito sobre a coragem do nosso Cristo Salvador. Portanto, como você imaginou, realmente fiz uma necessária reflexão.

    Feliz Páscoa.



    Flávio Cavalcante,

    Estou em falta com você, por ainda não ter te enviado algumas histórias pitorescas da nossa região. De vez em quando, leio as suas cômicas histórias e dou boas gargalhadas e ainda comento com o meu irmão Francisco Carlos.

    Um grande abraço.


    Grande vate e seresteiro João Dino,
    Você é bom de ouvido e de visão,
    Pois numa pura e simples olhadela
    Descobriu a minha falta de atenção.

    Sucesso!


    Vicente Almeida,

    Realmente, a mulher da foice não me intimida muito não! Na minha profissão eu convivo muito com a morte e com o sofrimento das pessoas. Daí, eu sentir mais medo da dor física, mental e etecétera e tal, que propriamente do desenlace final.

    Uma boa Páscoa.

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  6. "A MORTE"

    A morte é um grande mistério
    Não sei nem também quero saber
    Quem é médico leva a serio
    Paciente tem medo de morrer

    Ela chega impondo seu império
    Ignorante não pode entender
    Retenho em meu imaginário
    Medo de deixar tudo, de perder

    E tudo que tenho é ordinário
    Deus é bem maior que meu querer
    É bem maior que meu escapulário

    É melhor morrer que padecer
    Em pó eu ficarei no cemitério
    Na esperança de um dia reviver

    Francisco Gonçalves de Oliveira

    Parabéns Dr. Sávio belo belíssimo soneto.
    Aproveitando o tema e o clima de páscoa também alinhavei esse sonetinho.

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  7. Sávio, bonita reflexão. E sobre o medo, expresso-me com umas quadrinhas quadrinhas:

    .

    Você não tem medo da morte
    Pois não quero ver chegar
    E te falo com firmeza:
    Não a quero abraçar.

    Ela virá com toda certeza
    E não temos como negar
    Ninguém se esconde dela
    Nem por muito rezar.

    Nesta sexta feira Santa
    A Jesus eu vou orar
    Pedindo as suas graças
    Para a morte aceitar.

    Abraços; Fideralina.

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  8. Medo, uma palavra tão "feia" e nas mãos de Zé Sávio se transforma num belo texto .....

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  9. Francisco,

    Vejo que você também prefere morrer que padecer. Interessante, eu sabendo do seu gosto por sonetos, lembrei de você na hora da construção deste poema. Parabéns pelo "MORTE".

    Um abraço.


    Tia Fidera,

    Entendo que a senhora tem medo de morrer e de padecer. Os seus versos falam isso.

    Feliz Páscoa.


    Klébia,

    Se a fome é que nos ensina a comer, o medo nos ensina a sobreviver. Bonito comentário. Fiquei todo orgulhoso com tão elogiosas palavras.

    Tenha uma boa páscoa.

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  10. Eu tinha medo de pato quando pequena. Não do bicho pato, mas de um pato que diziam que me pegaria se eu não fosse dormir cedo....

    Porém seu soneto-medo está perfeito.

    Abraço de Páscoa

    Quando aparece aqui com a Fran?

    Claude

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  11. É ISSO MEDO UMA PALAVRA DE 4 LETRAS QUE É CONSTANTE EM NOSSA VIDA, ACHO QUE MEU MEDO MAIOR É DA MORTE, POIS É A UNICA COISA QUE NÃO CONHEÇO, AS OUTRAS CONHECEMOS E PASSAMOS POR CIMA, MAS A MORTE NINGUÉM SABE O QUE VEM DEPOIS DELA NEM O QUE SENTIMOS ABRAÇOS

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  12. Dr. Savio.

    Depois de uma Sexta-feira santa em Varzea-Alegre só agora abrindo o Sanharol para ver o Sexta de Textos e lhe cumprimentar.

    Abraços

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  13. Sávio,

    falar sobre o medo pelo um BATISTA e oriundo do Mocotó dava para escrever um "tratado".Eu fico só com o seu medo.Parabens.

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  14. Claude,

    Se a professora gostou do trabalho fico feliz e perco o medo.


    Israel,

    É interessante a opinião das pessoas quanto ao tema citado. O seu medo é o inverso do meu.


    Morais,

    Pela primeira vez, você comenta o "Sexta", num Sábado. Sem medo.


    Rolim,

    Realmente, o tema não é apropriado para a população mocotoína. Mesmo assim, você demonstrou muita coragem.


    Um abraço a todos.

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  15. O Poeta Sávio é um fingidor não teme a ¨Morte¨,teme somente a dor.Ora¨O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.¨
    (Fernando Pessoa)
    Amigo Sávio seus poemas a cada dia fica mais proximos dos grandes mestres.

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  16. Compadre Alécio,

    A "Dor Insana", como afirma o texto, ficou tão grande, que a dor da morte se tornou pequena diante dela.

    Um grande abraço.

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