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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 15 de janeiro de 2012

SEU LUNGA NÃO É ASSIM - Por Mundim do Vale.

LITERATURA DE CORDEL.

Caro vate Jotabê
O seu verso foi precário,
Seu Lunga do Juazeiro
Não é nenhum salafrário.
Seu cordel possui poética,
Mas tem ausência de ética
E de valor literário.

Não gostei do seu cordel
Meu poeta Jotabê,
Pois com relação ao tema
Eu achei um fuzuê.
Seu verso é tendencioso,
Vulgar e periculoso
O que houve com você?

Seu Lunga é um patrimônio
Da cultura popular,
Tem presença de espírito
Para o poeta rimar.
Mas você tirou proveito,
Indicou Lunga a prefeito
Pra redicularizar.

Juazeiro é a terra santa
Do Padim Ciço Romão,
Não merece esse cordel
Com tanta insinuação.
Se você vier aqui,
Vai ver que o Cariri
Não quer prostituição.

Seu verso falou de Lunga
Tratando por delinquente,
Falou de corrupção
Como uma coisa decente.
O verso alem de vulgar,
Pode até incentivar
Consumo de intorpecente.

Seu cordel tem boa rima
Porém falta compromisso,
Pra falar do velho Lunga
Não necessitava disso.
O verso feriu romeiro,
Desacatou Juazeiro
E agrediu Padim Ciço.

Eu escreví Padim Ciço
Pra demonstrar devoção,
Mas sei que o nome é
Padre Cícero Romão.
Para nós ele é um santo,
Fique quieto em seu canto
Não mexa em meu padim não.

Com respeito a cangaceiro
Você falou com razão,
Os bandidos do cangaço
Eram monstros no sertão.
Mas pra matar e roubar,
Não precisa reencarnar
O bandido Lampião.

O seu Lunga é brincalhão
Mas é homem de vergonha,
O fim do tráfico de droga
É o que ele mais sonha.
O seu cordel não devia,
Fazer tanta apologia
A cocaína e maconha.

Você sabe meu poeta
Que o cordel é mensagem,
Mas você falou do Lunga,
Sem conhecer sua imagem.
Acho que você pecou,
Porque nunca pesquisou
Lunga para personagem.

Juazeiro é do seu Lunga
Seu Lunga é do Juazeiro,
Romeiro é do meu Padim
Meu padim é do romeiro.
Por isto nossa cidade,
Não é casa de comade
Pra servir a fofoqueiro.

Pelo jeito que estou vendo
Você não é bom cristão,
Usou o nome do Lunga
Mas foi sua a inspiração.
Falou puta que Pariu,
Debochou e agrediu
A nossa religião.

Eu conhecí o seu Lunga
Na cidade de Jardim,
E eu garanto a você
Ele não é cabra ruim.
Coisa de boca de fumo,
Ele não segue esse rumo
SEU LUNGA NÃO É ASSIM.

Dedicado ao Poeta Luís Lisboa.

3 comentários:

  1. Aqui você foi bem demais Mundim. Não conheço o cordel a que você referiu-se e nem o poeta, mas se você falou... eu assino.

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  2. Caro Mundim, nada melhor que um poema assim.

    Seu Lunga fumando um cigarro.A pergunta:Ora,ora! mas você fuma?
    -Não,é que eu gosto de bronzear os pulmões.

    Mundim um abraço.

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  3. CONCORDO COM ASSIS;
    NÃO CONHEÇO NEM O VERSO
    NEM O POETA INFELIZ
    CONHEÇO O NOSSO MUNDIM
    SE ELE FALOU TÁ FALADO
    POR MIM SERÁ ASSINADO
    VOU LOGO FALANDO ASSIM

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