Entre as praias de São Francisco e Charitas, na bela cidade de Niterói,
ergue-se uma pequena igreja – dedicada a São Francisco Xavier –
construída originalmente pelo hoje Santo da Igreja Católica, Padre José
de Anchieta– o Apóstolo do Brasil.
Igreja de São Francisco Xavier, localizada em Niterói (RJ)
Trata-se de uma construção singela, erguida inicialmente em 1572, à
beira mar, por São José de Anchieta, contando com a ajuda de outros
padres jesuítas e dos índios aliados ao cacique Arariboia. Bom lembrar
de que Arariboia, falecido em 1589, era o cacique da tribo dos Temiminós
–grupo indígena Tupi – aliado dos portugueses na expulsão dos corsários
franceses (estes aliados dos ferozes índios tamoios), que dominavam a
baía da Guanabara. Vitoriosos os portugueses, estes deram como
recompensa a Arariboia a região na entrada da baía, a qual – por sua vez
- deu origem à bela cidade de Niterói, da qual Arariboia é considerado o
fundador.
Monumento de bronze à Arariboia, na entrada de Niterói. Ele é considerado o fundador desta cidade.
Voltemos à igrejinha de São Francisco Xavier. A capelinha original
ficou arruinada por volta de 1660. Mas entre os anos de 1662 e 1696, os
padres jesuítas construíram a atual igreja que se encontra bem
conservada e fica em frente à baía da Guanabara, num local paradisíaco e
de rara beleza.
Estive visitando essa igreja no último dia 7 de setembro. Abaixo reproduzo algumas fotos feitas naquela ocasião.
Vista da baía da Guanabara, em frente à igrejinha de São Francisco Xavier, em Niterói
Quem foi São José de Anchieta
Padre José de Anchieta nasceu nas ilhas Canárias (Espanha) em 1534. Ali
viveu até os 14 anos quando seus pais o enviaram para estudar em
Lisboa, capital de Portugal. Aos 17 anos entrou no seminário da
Companhia de Jesus (Jesuítas) em Coimbra. Aos 19 anos, ainda estudante,
foi enviado para ajudar a catequização dos índios no Brasil.E daqui
nunca mais saiu.
Chegou ao Brasil em 1553 e permaneceu por mais de quarenta anos. Em
1554 vamos encontrá-lo construindo o Colégio de São Paulo de
Piratininga, origem da atual cidade de São Paulo, da qual é considerado
fundador, juntamente com o Pe. Manoel da Nóbrega.
José de Anchieta foi grande defensor dos índios. Foi ele quem escreveu a
primeira gramática com princípios e regras – na língua dos selvícolas –
para ensinar os indígenas a ler e escrever. Também compôs um catecismo
no dialeto tupi.
No Brasil, o
Padre José de Anchieta viveu em São Vicente, Rio de Janeiro, Niterói,
Pernambuco, Bahia e Espírito Santo. Deve-se a ele a pacificação dos
índios Tamoios, de que foi refém por longos meses. Já com fama de santo,
atribuía-se ao Padre Anchieta o dom sobrenatural da cura, autoridade
para acalmar animais ferozes, e uma série de milagres que os livros hoje
registram. Faleceu em 9 de junho de 1597, sendo sepultado na localidade
de Reritiba, hoje cidade de Anchieta, no Estado do Espírito Santo.
Foi beatificado pelo Papa São João Paulo II em 1980 e canonizado pelo Papa Francisco, em 2014.
A fundação da cidade de São Paulo, em 1554, cujos fundadores são os jesuítas Padres Manoel da Nóbrega e São José de Anchieta.
A monarquia era nobre. A decência e honradez nasciam do berço.
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