Fonte: revista VEJA – Por Renato Onofre
Membro
da família real brasileira, Luiz Philippe de Orleans e Bragança diz em
livro que o país saiu dos trilhos ao se afastar da cartilha liberal do
Império
CARA OU COROA - Orleans e Bragança: “A solução é um Estado mínimo” (Jonne Roriz/VEJA)
Seu livro, publicado pela Novo Conceito, questiona no título: Por que o Brasil É um País Atrasado? Qual a resposta? Historicamente,
a percepção geral fomentada pelos agentes do governo e por setores da
sociedade é que se trata de um defeito do povo brasileiro. Somos
bombardeados com um mantra de que o atraso é um problema cultural
intrínseco à nossa etnia e religião. Não tem nada a ver. Somos atrasados
porque nossas oligarquias tomaram decisões que nos levaram para o
caminho errado.
Que decisões? Começou
a dar errado no fim do século XIX, quando a oligarquia deu um golpe de
Estado e assumiu o poder por meio da Proclamação da República. Ali se
jogou fora a Constituição mais liberal que o Brasil já teve. Pedro I
organizou um Estado com separação de poderes, direito do indivíduo e de
propriedade. Era um Estado liberal na sua essência.
O senhor diz que o modo como o Estado brasileiro se organiza é o problema. Qual seria a saída? A solução é um Estado mínimo, descentralizado, com unidades federativas autônomas.
A volta da monarquia seria um caminho? O
movimento monarquista cresceu muito. Em 1993 (ano do plebiscito que
manteve o sistema presidencialista), eu estava seguindo meus tios e dava
para ver que não era ainda um movimento orgânico. Era cedo. Desde
então, ampliou-se em alguns setores uma boa percepção sobre a monarquia.
(...)Meu avô foi chamado pelos militares, em 1967. Eles pegaram o
avião, pousaram na fazendinha dele lá no Paraná e o convidaram para ser
um novo monarca em um novo sistema. Ele disse não. Tinha a noção de que
não poderia ser algo imposto. A volta teria de ser por aclamação
popular.
Fonte: revista VEJA, de 20-09-2017.
NOTA DE ESCLARECIMENTO DO PRÍNCIPE DOM LUIZ PHILIPPE
ResponderExcluirApós a repercussão da entrevista que concedeu à revista “Veja”, publicada na última edição do periódico, S.A.R. o Príncipe Dom Luiz Philippe de Orleans e Bragança achou por bem emitir, através de sua página no Facebook, a seguinte nota de esclarecimento, que a Pró Monarquia – Casa Imperial do Brasil reproduz integralmente:
Sempre que dou entrevistas ocorrem distorções de contexto. Na maioria das vezes sem maldade. Eu nunca disse que a Monarquia é "apenas um rótulo”. O que falei foi que a definição de Monarquia, na Grécia Antiga, é o governo de uma só pessoa, e isso não exprime o que é um governo monarquista, pois ele não é um governo de uma só pessoa, pois existem vários poderes independentes, como do Monarca, do Primeiro Ministro, o Legislativo e o do Judiciário. Portanto, eu disse que a Monarquia é "rótulo de uma estrutura de poderes independentes”.
O segundo ponto foi sobre a redução pejorativa do conceito "Estado mínimo". Falei que minha concepção de Estado, leia-se União, se deve ater à segurança, justiça e às demais competências devem ser dos estados e municípios.
Outro ponto polêmico foi a citação dos meus tios. O repórter me perguntou por que o movimento monarquista cresceu tanto, e respondi que ele, o movimento, está espontâneo e cresceu muito além da capacidade do que foi estruturado, e nem os meus tios, pela avançada idade, estavam preparados para atender a demanda desse movimento tão grande.
Pouco do que disse resistiu ao poder de síntese. Foram duas horas e meia de entrevista e, infelizmente, nem sempre o resumo interpreta o que foi dito de forma correta.
Esses príncipes precisam disseminarem a monarquia. A republica está degradada e apodrecida, mas pouca gente conhece a monarquia.
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