Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Revista o Cruzeiro - última Página - Raquel de Queiroz.


No início da década de 60 do século passado, eu tinha lá meus 9 anos li na última página da revista O Cruzeiro um texto da Raquel de Queiroz.

Ela dissertava sobre o isolamento entre as pessoas e, contava a historia de dois empresários que viajaram de São Paulo para os Estados Unidos sentados em poltronas vizinhas e não trocaram uma palavra. Quanto mais rico, mais poderoso e importante mais isolado e menos cordial.

Mostrava o contraste com a gente humilde nordestina, quanto mais simples mais solidaria e hospitaleira. Como exemplo os futuros vizinhas ao chegar na nova morada, antes de descarregar a mudança,  na nova morada a vizinha já se achegava com uma bandeja cheia de xícaras, um bule de café e bolo de milho para oferecê-los.

Hoje, a humanidade padece de outras invenções. Se alimenta da comunicação, e, apesar dos mecanismo que dispõe, vive assombrada e com medo.

Um aceno, um alô, um riso pode ser visto como assédio, falta de respeito e intromissão na liberdade alheia.

Aumentam as facilidades para comunicação entre as pessoas, e, a humanidade vive cada vez mais isolada.

2 comentários:

  1. Um aceno, um alô, um riso pode ser visto como assédio, falta de respeito e intromissão na liberdade alheia.

    ResponderExcluir
  2. Certamente, um texto escrito há décadas revela uma realidade bem atual.
    O tempo, o dinheiro, a vaidade. Variáveis que distanciam cada vez mais o ser humano.
    Muito perspicaz a alusão ao texto da nossa conterrânea.

    ResponderExcluir