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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 18 de abril de 2020

E SE A CIGANA NOS ENGANOU ? - Por Wilton Bezerra.

Demonstro, em pequenas crônicas neste espaço, as minhas reações diante dos acontecimentos, cada vez mais, esquisitos em torno de nós.
Sem um itinerário literário em que possa me ancorar, vou ditando com o coração, mais do que com a cabeça, sobre as desgraças de cada dia. Sem empolação nas narrativas, fazendo o que posso.
Devo dizer que, quando criança, as ciganas me metiam um certo medo, pelas feições, jeitos misteriosos, suas vestes.
Adianto, logo, não ter nada contra os ciganos e sua forma de viver. Mesmo porque cada um tem o direito de desenhar ou fazer “leituras” sobre os próprios destinos.
Mas, vejo que o efeito do medo, gerado por esta miserável pandemia, fez voltar, com força, as previsões ciganas, voltadas para adivinhar o futuro de um mundo pós-vírus.

Só que os ciganos de hoje pouco são encontrados nos seus acampamentos, como acontecia anteriormente. Eles retornam como comunicadores modernos, fazendo ressoar, antecipadamente, os acontecimentos.
Não minha praia, o futebol, afirmam categoricamente os profissionais “ligados no futuro” que, depois da passagem nefasta do Corona, o esporte rei não será mais o mesmo.
Ué, as regras serão modificadas, para acabar com o impedimento no jogo? Ou será permitido o uso das mãos para o manejo da bola?
Olha, pessoal, devagar com o andor que o santo não está com essa bola toda. As “leituras” também dão conta de que, após o Covid-19, a humanidade não será a mesma, com toda certeza.
O que é que há? Teremos finalmente o surgimento do novo homem, comprometido com as demandas do mundo?
Será este novo homem, o místico, o religioso, o econômico, o humanista, o musicista, o desportista ou o apresentador de televisão?
Quando a histeria caminha até para a caça, nas ruas, de pessoas que se atrevem a sair de suas casas, essas previsões elencadas podem ser consideradas otimistas.
A loucura ou, no mínimo, o exagero,está no ar, em substituição à sensatez.
E se a cigana nos enganou ?

2 comentários:

  1. Prezado Wilton - Por falar em cigano eu vou contar uma historia acontecida em Várzea-Alegre com um fazendeiro com a permissão de preservar o nome.

    O fazendeiro tinha um cavalo muito bonito. O animal apareceu com uma bicheira no meio do rabo e partiu. O fazendeiro contratou um veterinário que fez o reimplante que com o tempo encabelou. Um bando de ciganos, de passagem pela cidade se engraçou do cavalo e comprou.

    Quando o cigano chefe foi colocar a sela no animal deu um puxão no rabo para colocar no rabicho e o rabo partiu novamente.

    Quando os ciganos procuraram o fazendeiro deu o maior pinote : Não me venham com conversa fiada, compraram porque quiseram, eu já gastei o dinheiro, podem levar o animal. O líder dos ciganos disse : Se preocupes não, nós viemos foi convidar o senhor para ir conosco sendo o chefe.

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  2. E, por falar no tema do seu texto, o pânico criado era de encomenda e em atendimento aos interessados em tirar proveito da pandemia. O ministro que recomendava o isolamento e mostrava um enorme sentimento pelos mortos e pelos que iam morrer, como ex-ministro se mostrou diferente. Reuniu centenas de colegas, abraçou beijou, cantou e dançou. O que era preocupação como ministro se transformou em festa como ex-ministro.

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