Esse verso foi dedicado ao grande poeta Miguel Alves de Lima.
O Miguel Alves de Lima
Com muita sinceridade,
Colocou em sua rima
A história da cidade.
Ele falou do passado,
De quando foi leiloado
Todos bens de São Raimundo.
O mal que fazem a gente,
O poeta é quem mais sente
Seu sentimento é profundo.
Meu Poeta, a sua história,
Deixou-me muita saudade,
Eu ativei a memória
E me lembrei da cidade.
Também estou a sofrer,
Aceitando sem querer
A falta daquela brisa,
Porque não morei distante
Pois da rua pra Vazante
A lagoa era a divisa.
O seu verso me admira
Por tudo que você tem,
Você tem rima e tem lira
Tem muita arte também.
Quando falou na lagoa,
Não disse palavra a toa
Só disse a quem pertencia.
Mas tomaram o direito,
Com um, serviço mal feito,
Na mais cruel covardia.
Se era de São Raimundo
Não era sua e nem minha,
Pertencia a todo mundo
Era um valor da terrinha.
Se um grupo lá chegou,
Da lagoa se apossou
Foi crime de invasão.
Como se fosse à gente,
Que ficasse de repente
Sem um braço ou sem a mão..
Nossa gente é muito boa
Deve mudar essa história,
Resgatar nossa lagoa
Pra conservar na memória.
Pede a reintegração,
Garante a devolução
Para o dono verdadeiro.
Documenta em um segundo,
No nome de São Raimundo
Nosso santo padroeiro.
No lugar onde tem lei
O patrimônio é sagrado,
Você sabe, eu também sei
Que o direito é respeitado.
Mas tem gente que atropela,
O direito alheio não zela
Fica o bem sem proteção.
Não teve como evitar,
Deixaram só altar,
A torre e a procissão.
No tempo desse leilão
Havia terra à vontade,
Não precisava invasão
Fizeram só por maldade.
Mas São Raimundo perdoa,
Já abriu mão da lagoa
Ficando só com o altar.
E aqueles que tomaram,
Que a lagoa cercaram
Viveram sempre a brigar.
Já que houve a covardia
Devia o nome mudar,
Pra “Lagoa e Companhia”
Ou “Projeto Lotear.”
Mas pra quem adquiri,
Deve um laudêmio existir
Onde o comprador esteja.
Uma taxa em real,
Para corrigir o mal
E aplicar na igreja.
Por causa dos invasores
Nosso povo entristeceu
Foi crime contra os valores
Que a cidade perdeu.
Mas há de chegar um dia,
Que a tal da ecologia
Não seja tão esquisita.
A lagoa vai encher,
E sem poluição vai ser
Nosso cartão de visita.
Mundim do Vale
.V. Alegre 16-06-96
Dedicado a educadora Luzenir Aquino.
Na data que foi feito esse verso eu cantei a pedra da lagoa, fui mais profeta do que poeta.
Prezado Mundim.
ResponderExcluirNós dois temos que explorar um pouco e mostrar para os amigos do Blog do Sanharol os versos de Manuel Antonio de Sousa, Manuel Antonio da Varzinha, sobre a venda do Patrimonio de São Raimundo. Com certeza nenhum outro fato foi tão polemico quanto este acontecido no inicio da decada de 20 do seculo passado. Os versos do Maunel Antonio são uma obra prima.
Depois conversamos sobre esse assunto.
Abraços.