"Eu sou, senhor Presidente, por formação e por índole, um homem que fundamentalmente crê. Desejo morrer réu do crime da boa fé, antes que portador do pecado da desconfiança.
Creio na Justiça, cujo sentimento, na excelsa lição de Afonso Arinos, é na noção de limitação de Poder. Limitação bitolada por dois extremos: sua contenção para que não caia na prepotência, e seu pleno exercício para que não se despenhe na omissão.
Creio no povo, anônimo e coletivo, com todos os seus contrastes, desde a febre criadora à mansidão paciente. Creio ser desse amálgama, dessa fusão de lamas e emoções, que emana não apenas o Poder, mas a própria sabedoria. E nele crendo, não posso desacreditar de seus delegados.
Creio na palavra, ainda quando viril ou injusta, porque acredito na força das idéias e no diálogo que é seu livre embate.
Creio no regime democrático, que não se confunde com a anarquia, mas que, em instante algum, possa rotular ou mascarar a tirania.
Creio no Parlamento, ainda que com suas demasias e fraquezas, que só desaparecerão se o sustentarmos livre, soberano e independente.
Creio na liberdade, este vínculo entre o homem e a eternidade, essa condição indispensável.
ResponderExcluirDe tempos em tempos, diante da turbulência que assola o país e o planeta, somos obrigados a revisitar o belo discurso de um dos maiores de nossos estadistas. Com a palavra, Mario Covas:
É...
ResponderExcluirEm meio a turbulência demagógica e corrupta que transita no meio político brasileiro, vez por outra sobressai homens como este que faz toda a diferença.
Como faz falta. Procura-se um, unzinho só para indez e não encontramos com esse quilate.
ResponderExcluirMário Covas, juntamente com Wlisses Guimarães, foram uns dos últimos guardiões da política séria do nosso país.
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