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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 2 de setembro de 2017

MAIS IMPORTANTE - Por Wilton Bezerra. Comentarista esportivo da TV Diário e Rádio Verdes Mares


Lula treinador do Santos.

Costumo ressaltar a importância do treinador de futebol através dos tempos.
Há uma definição que acho particularmente verdadeira.
O treinador é um profissional criado para se colocar entre a incompetência do dirigente e a irracionalidade do torcedor.
Um marisco entre o mar e o rochedo.
Por muito tempo, os treinadores não tiveram suas importâncias reconhecidas.
Marinho Rodrigues, que dirigiu o Botafogo de Garrincha, Didi, Nilton Santos, Zagalo, Manga e Quarentinha mereceu poucas linhas no noticiário esportivo quando morreu.
O Grande Santos da Era Pelé foi comandado por Lula, considerado uma figura secundária.
De Vicente Feola, campeão do Mundo em 1958, se dizia que dormia durante o jogo.
Um exagero.
É fato: grandes gerações de craques tiveram um peso muito maior nas conquistas de clubes e seleções que os seus orientadores.
Isso não invalida a minha conclusão: sem os treinadores os times seriam bandos.
No entanto, para discordância de alguns, credito um percentual de 20% de influência do técnico numa equipe de futebol.
Uns, geniais, conseguem superar esse índice. E não julguemos que seja pouca coisa.
As grandes revoluções táticas dos últimos tempos têm as digitais dos treinadores.
O que Guardiola produziu em cima do que já existia é uma coisa fantástica.
Um processo maravilhoso de decantação, utilizando alguns dos maiores craques do planeta. Importante que se reconheça esse detalhe.
Acontece que nos últimos 20 ou 30 anos, resolveram estabelecer que o técnico é a estrela, senhor dos novos tempos, santo, curandeiro, superlativo, etc, etc.
Os salários atingem cifras extravagantes.
As comissões técnicas de apoio mais parecem um exército.
Ao mesmo tempo, pela impossibilidade de operar os milagres almejados e prometidos, treinadores são dispensados aos borbotões. A inversão é um equívoco.
Os grandes jogadores contam mais e sempre alicerçaram o sucesso dos treinadores.
No rico futebol europeu de hoje, os preparadores têm em mãos os maiores astros do planeta bola.
Claro que é preciso ter competência e muita personalidade para dirigir os mais distintos egos dentro de um time de futebol.
Quem ganha com o isso é o apreciador da arte do ludopédio.

Um comentário:

  1. Prezado Wilton.

    Como torcedor do Santos ouvir que o jogo começava e o Lula adormecia no banco de reservas. Quando o jogo terminava alguém o acordava e ele perguntava : Qual foi o placar?

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