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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

042 - O Crato de Antigamente - Por Antônio Morais.


Antigamente muitas doenças eram tratadas com medicação caseira. Especialmente aquelas mais simples e de fácil cura como a verminose.

Os irmãos Lauro e Virgílio Xenofonte, quando meninos, residiam no Sitio Catingueira nas proximidades da Ponta da Serra. Sua mãe, dona Rosa, preparou um doce, guardou numa lata e colocou em cima da mesa com uma recomendação expressa : Não comam desse doce, eu fiz para Zezinho meu irmão que está chegando amanha.

Os filhos eram meio traquinas, o Virgílio mais do que o Lauro. Dona Rosa foi a casa de uma vizinha e na sua ausência o Virgílio olhou para a lata de doce, depois para a Lauro e falou : vamos comer doce! Você está doido, nossa mãe nos mata de uma pisa, respondeu o Lauro! Mata nada, ela nem vai notar, disse o Virgílio.

Cada um comeu umas quatro colheradas de doce, depois o Virgílio deu uma arrumada no doce e colocou a lata em cima da mesa na mesma posição.

Quando Dona Rosa retornou já foi dizendo : comeram do doce! Não senhora! Comeram sim, mas não se preocupem não que esse doce eu fiz foi para vocês mesmos, é medicinal, é de batata de purga.

Segundo Virgílio me contava em pouco tempo o doce começou a fazer efeito e só se via um cagão atrás do outro na direção do banheiro.

Virgílio Xenofonte foi tesoureiro do INSS, vereador por varias legislatura, presidente da Câmara Municipal de Crato e meu amigo.

Virgílio foi político numa época em que a decência, a ética, a lealdade e honradez eram exigência padrão para o bom desempenho de um mandato popular. Na época do Virgílio cinco não ganhavam de seis.

Postagem dedicada ao Dr. João Henrique filho do saudoso Virgílio.

15 comentários:

  1. Virgilio Xenofonte está fazemdo muita falta nestes momentos em que os homens publicos colocam os seus objetivos acima dos intereses da população.

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    1. Muito obrigado Antonio Morais, Armando Rafael, Vicente Almeida, pela lembrança e elogios ao meu amado pai, tenho muito orgulho de ser filho do Senhor Virgílio Xenofonte de Oliveira, carinhosamente conhecido por seu Virgílio, pois depois de passado quase 25 anos de sua morte que será em 30/06/2017, ainda bem lembrado por vocês e outros mais no meu dia dia, reitero que foi um pai carinhoso, esposo amoroso, funcionário eficiente e acima de tudo um ser humano que acolhia a todos independente de qualquer condição social, antropológica e filosófica. Que saudade e muito obrigado.

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    2. Cairam direitinho. Naquela época, era assim mesmo.

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  2. Ah meu Compadre

    Conheci o Virgílio Xenofonte em 1963, quando trabalhei na Farmácia Teles e ele era o Tesoureiro do INAMPS (hoje INSS).

    Casei em 1969 e uns três meses depois de casado, certo dia ele passou pelo meu escritório e disse: Almeida, eu conheço você há muito tempo, sei que é gente boa, mas quero lhe fazer uma recomendação; cuidado com a minha prima, trate ela bem direitinho.

    Estranhei a recomendação e falei: eu não tenho nada com a sua prima, nem a conheço, você deve estar enganado. Estou casado, falei! E ele disse: por isso mesmo, minha prima é sua mulher.

    Valdênia depois me explicou o parentesco todo com os Xenofontes.

    Tornamo-nos amigos e gostávamos de conversar.

    Os Xenofontes constituem uma família gradiosa. Você os encontra em todos os setores produtivos desta Cidade e além.

    A mãe deles foi realmente muito esperta e acreditando nas traquinagens dos filhos, usou esse argumento para medicá-los.

    Vicente Almeida

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  3. Caro Morais:

    Concordo com as palavras – por você atribuídas – quanto à decência, ética, lealdade e honradez do saudoso vereador Virgílio Xenofonte. E falo isso com conhecimento de causa.
    Na minha meninice, minha família morava a poucos metros do casarão aonde residiam Virgílio e sua primeira esposa, dona Mariinha Carvalho Xenofonte. Com o casal viviam o filho José Carvalho Xenofonte (um excelente craque de futebol, mais conhecido por “Doce-de-leite”), a enteada Eulice (dona Mariinha era viúva quando casou com Virgílio) e uma neta de dona Mariinha, de nome Adeci, criada pelo casal.
    O lar de Virgílio Xenofonte era uma casa hospitaleira, aberta a todos que procuravam um favor ou um lenitivo para os problemas da vida.
    Poderia relembrar aqui muitas ações exemplares de “seu” Virgílio. Ele era um conselheiro para todos os garotos que residiam naquele trecho da Av. Teodorico Teles.
    Mas falarei de um episódio da bondade de coração de Virgílio, precisamente na temporada que ele ficou viúvo, e antes de contrair o novo matrimônio, desta feita com a Sra. Alacoque Sá Xenofonte.

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    1. Alguém pode me enviar notícia da Eulice e do Zé (doce de leite) Xenofonte?

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  4. O filho mais velho de Virgílio, “Doce-de-leite” era o que se chamava na época um “don Juan”. O fato é que certo dia ele trouxe para casa o fruto de uma aventura amorosa, um garoto de bom aspecto, mas de saúde precária. Você imagina uma casa de um viúvo, sempre cheia de gente, mas sem uma dona para administrar. Virgílio passava por toda aquela dificuldade, administrando a casa, em meio as suas responsabilidades como funcionário do antigo IAPC (hoje INPS). Ele foi a “mãe” e “pai” para o neto, o filho de “Doce-de-leite”. Quantas vezes o vi – à noite – embalando o neto. Quantas vezes o vi segurando com uma mão o guarda-sol e com a outra o neto, na época do verão, o sol a pino e ele com o recém-nascido no braço levando-o para uma consulta médica.
    E tudo isso sem lamentação e com a fisionomia de bondade de que era portador.
    Felizmente Virgílio conheceu uma senhorita, Alacoque Sá, com quem casou e tiveram um casamento feliz, nascendo do casal dois filhos, hoje respeitados profissionais da área da saúde, Dr. Eugênio e Dr. João Henrique Sá Cavalcanti.
    Virgílio poderia ser definido com 3 palavras: “Um homem bom”.
    Além de um grande homem público, decente, ético, leal e honesto como você muito apropriadamente definiu...

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  5. Parabéns por essa postagem-resgate que servirá para as novas gerações saberem que tivemos pessoas justas e exemplares na sociedade cratense de anos atrás.
    O Crato em reconhecimento à vida exemplar daquele vereador denominou uma rua da cidade de “Virgílio Xenofonte”.
    É pouco! Ele merece – quando nada – um opúsculo resgatando a sua biografia. Com a palavra a Câmara Municipal do Crato onde ele foi Presidente.

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  6. Digitei errado o nome do caçula do casal Virgílio-Alacoque. Ao invés de "Dr. João Henrique Sá Cavalcanti", o correto é: Dr. João Henrique Sá Xenofonte.

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  7. Amigo Morais, parabéns pela postagem. Virgílio foi um grande amigo das famílias simples de Ponta da Serra, inslusive, da Antes Portão, do meu avô materno.
    Quem quiser conhecer um pouco dos Xeofonte é só acessar http://blogdapontadaserra.blogspot.com e entrar no link do Clã Familiar de Ponta da Serra.
    Sim, Morais, já criei a página http://algumasfamiliascaririenses.blogspot.com e estou preparando alguns bancos de dados genealógicos.

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  8. Vicente, Armando Rafael e Antonio.

    Obrigado pelos comentarios. Inicialmente lembrei do Virgilio como ele era: brincalhão, feliz e alegre, por esta razão a historia do doce. Depois lembrei do Homem serio, honesto, politico honrado e etico no desempenho do dever publico. Saudade dos velhos tempos.

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  9. SR ANTONIO MORAIS
    AGRADEÇO A GRATA LEMBRAÇA DO INESQUECIVEL VIRGILIO XENOFONTE, MEU GRANDIOSO PAI, AMIGO E CONSELHEIRO.
    NESSA VIDA TIVE UMA GRANDE HONRA DIVINA DE TELO COMO PAI
    aGRADEÇO A TODOS EM ESPECIAL MORAIS QUE RECONTREI, POIS LEMBRO DO SR MORIAS TRABALHANDO NO BIC BANCO ONDE PAPAI FREQUENTAVA TODOS OS DIAS SÓ PARA CONVERSAR COM OS AMIGOS.
    AGRADEÇO TAMBÉM AO SR ARMANDO RAFAEL PELA PALAVRAS ...UM GRANDE ABRAÇO...

    JOÃO HENRIQUE SÁ XENOFONTE
    FILHO DE VIRGILIO XENOFONTE E MARIA ALACOQUE DE SÁ XENOFONTE

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  10. Dr. João Henrique.

    Virgílio contava essa proeza orgulhoso da sabedoria da mãe.

    Parabéns por voce e pelo pai exemplar, haja visto os comentários postados.
    Abraços.

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  11. Amigo do meu pai("Seo" Dantas), ficamos também amigos por causa do futebol. Sempre dizia que tinha admiração pela forma como eu jogava futebol no time da Rua D
    Pedro II. Homem de fibra, dizia meu Pai.

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  12. Eu tenho muitas saudades e boas lembranças dos bons tempos em que ajente não passava nem era chicotada olhado com desdém. Simplismente .por ser onesto educado compridor dos seus deveres .uma pessoa confiava segamente nas outras ...hoje não confiar nem na própria sombra ... é só desligar a lâmpada que el a desaparese .kkk.boa semana...

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