Em conversa telefônica com o governador Luiz Fernando Pezão, Michel Temer disse que as críticas de Torquato Jardim ao setor de segurança do Rio de Janeiro expressam posições pessoais do ministro da Justiça, não conclusões do governo. Ávido por abreviar o mal-estar, Pezão simulou acreditar. Porém, nada é mais falso do que a verdade estabelecida por Temer e seus estrategistas para desligar a crise da tomada. O blog apurou que as avaliações cáusticas de Torquato são compartilhadas pela cúpula do governo.
O que causou espanto na Esplanada e no Planalto foi o fato de Torquato ter jogado no ventilador avaliações antes restritas aos relatórios de inteligência e às reuniões fechadas. As manifestações do titular da pasta da Justiça foram veiculadas aqui. Ele soou pessoal apenas no trecho em que levantou a suspeita de que o assassinato do coronel Luiz Gustavo Lima Texeira resultou de um “acerto de contas”, não de um assalto. No mais, ao discorrer sobre a promiscuidade que permeia as relações entre políticos, autoridades, policiais e o crime organizado, Torquato não fez senão ecoar em público problemas que discutia com os colegas em privado.
Eleito pelo Rio de Janeiro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, lamentou que Torquato tenha “prejudicado as investigações” federais que teriam como alvo o pedaço podre da polícia fluminense. O blog verificou, entretanto, que não há nenhuma apuração deflagrada a partir de Brasília que tenha policiais corruptos do Rio como alvo. “Nós não focamos em momento nenhum nos políticos e nas polícias”, disse uma autoridade envolvida nas apurações. “Poderíamos até chegar a eles. Mas nosso foco central é o crime organizado.”
O próprio Torquato, a pedido de Temer e de colegas de ministério, passou a sustentar que tudo o que declarou sobre o Rio está acomodado sob o guarda-chuva da “posição pessoal”. O ministro repetiu o falso mantra numa troca de mensagens de WhatsApp com o governador Pezão. Aos poucos, a guerra de declarações vai sendo sedada. Temer trabalha com a perspectiva de resfriar a crise no final de semana.
Quer dizer: na percepção de Brasília há corrupção no setor de segurança do Rio de Janeiro, alguns batalhões da PM estão no bolso da bandidagem e deputados estaduais de reputação duvidosa influem na escolha do comando da corporação. A sensação de contágio é potencializada por relatórios confidenciais que atestam o vazamento de informações sobre operações conjuntas das forças federais com as polícias estaduais.
A despeito de tudo isso, não há investigações abertas contra a bandalheira. Prevalece em Brasília o entendimento segundo o qual cabe ao Estado conduzir esse tipo de inquérito. Nessa versão, os órgãos federais são forças auxiliares. Só entrariam em cena como protagonistas caso fosse decretada uma intervenção no Rio de Janeiro. Algo que Temer não tem a mais remota intenção de fazer.
ResponderExcluirA hecatombe nordestina - Por o Antagonista.
Desde que se tornou o curral eleitoral de Lula, o Nordeste dobrou seu número de assassinatos.
O UOL fez as contas:
2007 – 15.706
2008 – 16.935
2009 – 16.789
2010 – 17.540
2011 – 19.640
2012 – 20.341
2013 – 21.835
2014 – 23.164
2015 – 23.500
2016 – 24.825
Aos dados espantosos de 2016, devem-se acrescentar ainda 9.830 mortes a esclarecer.