Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

CADÊ A BOLA? Wilton Bezerra. Comentarista esportivo da TV Diário e Rádio Verdes Mares.

Na derrota para o Real Madrid, jogadores do Grêmio devem ter feito essa pergunta o jogo todo.

O time espanhol agiu como um sujeito perverso que tirou o brinquedo de uma criança, impedindo-a de brincar.

Jogar de forma retrancada à espera de um contra-ataque sempre foi sistematização de jogo de time pequeno.

Só que, de uns tempos prá cá, cronistas e treinadores trataram de pintar isso de coisa moderna.
Claro, circunstancialmente, qualquer time – grande ou pequeno – pode usar desse expediente tático.
Há um bom tempo descobri o seguinte: o ideal é ter posse de bola, embora isso não seja tudo.
Quem tem menor posse de bola também ganha jogo.
Também aprendi rápido que o melhor time tem de propor, formular, ter posse de bola e trocar passe, de forma a buscar a profundidade das investidas no campo adversário.
O Barcelona foi o primeiro clube a ensinar ao mundo esta maneira de jogar.
Aqui, nos últimos tempos, tem prosperado uma idiotice dando conta que o ideal é detestar a posse de bola e, de quebra, ceder espaços ao contendor.
O perigo em tudo isso é que muitas loucuras viram paradigmas.
Contra o Grêmio, o Real Madrid roubou a presa (a bola) e controlou o tempo e o ritmo da forma desejada.
Quem acompanha meus escritos conhece a minha afirmativa: quem tem a posse permanente marca o adversário.
Simples: como o oponente pode jogar sem a bola?
Os gaúchos só conseguiam contato com a redonda quando o Real errava.
E o pior: não seguraram a bola por um mísero segundo.
Me adianto para enfrentar as esfarrapadas desculpas na crônica especializada.
Sei que o Real Madrid, PSG, Barcelona, Bayern e outros são seleções com camisas de time.
O europeus transformaram o futebol numa trilionária indústria de entretenimento contratando os artistas da bola do mundo todo.
São cirques du Soleil.
A América do Sul, onde está o Brasil, está fora desse circuito, há tempos.
Pela incúria e desonestidade dos nossos cartolas.
A única função que nos resta é produzir pé de obra para o circo europeu.
O resto é bravata e pavonice dos defensores do desculpismo.

2 comentários:

  1. Parabens amigo Wiltom.

    Esse seu texto não carece de nenhum reparo, está completo. No dia que a midia brasileira atuar assim, com seriedade sua, as coisas vão mudar para melhor. Enquanto narradores da Globo narrarem um jogo vendo outro vai ser uma vergonha só. Até quando irão promover o "Vinicius Junior", a ponto de iludir o torcedor do "Flamengo" fazendo entender que em dez minutos finais o menino o faria campeão. Se sabe lá a custas de quais interesses. O Vinicius não é esses balaio todo, falta muito para um "Dirceu Lopes", sem se falar que existiu Tostão, embora já pertença ao maior time do mundo e nem saiba quem é o seu dono. 15% é de um, 10% de outro, 25% de um investidor qualquer e 50% da corrupção que campeia o mundo esportivo.

    O Real Madrid foi campeão brincando, sem precisar jogar. Não tinha adversario em campo, a não ser o Galvão Boeno. Salve o Havelange, O seu genro, O Marim e por fim o Nero.

    ResponderExcluir
  2. Querer manter as coisas artificialmente. Esse é o problema. O grande negócio hoje em dia é seduzir os idiota. O fosso ecônomico entre America e Europa devia ser tambem o inicio das explicação. E não os simulacros.

    ResponderExcluir