Existe na capela de Santa Teresa de Jesus, em Crato, uma imagem de São Quintino. Santo pouco cultuado no Brasil fiquei curioso em conhecer a origem dessa imagem que se venera naquele templo. E fiquei sabendo que foi uma espécie de agradecimento – feito pelos fiéis cratenses – a Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, 1º bispo de Crato, e construtor daquela capela.
Depois, conversando com o Diácono-permanente Policarpo Rodrigues – sobrinho-neto de Dom Quintino – este esclareceu que era costume na família Rodrigues dar nome aos filhos homenageando o santo comemorado na data de seus nascimentos. Dom Quintino nasceu num 31 de outubro, data que se comemora São Quintino. Mas, quem é este santo venerado em Crato? No livro de Jacopo de Varazze, “Legenda Áurea–vidas dos santos”, (com 1.040 páginas), consta à página 419:
“Quintino, nobre cidadão romano, foi à cidade de Amiens onde fez muitos milagres e foi capturado por ordem do prefeito Maximiano, sendo espancado com varas até os carrascos estarem esgotados e depois jogado na prisão. Mas, libertado por um anjo, foi para o centro da cidade pregar ao povo. Novamente preso, foi esticado no potro (obs: instrumento romano de tortura, constituído por uma armação de madeira cuja forma lembra um pequeno cavalo, daí este nome) até suas veias se romperem, foi duramente espancado, jogaram nele azeite, pez e gorduras ferventes, e como continuou a zombar do prefeito, este, irritado, mandou jogar na sua boca vinagre, cal e mostarda.
Mas como permanecia inabalável, foi conduzido a Vermand, onde o prefeito mandou enfiar nele dois espetos que iam da cabeça às coxas, e dez pregos entre as unhas e a carne; depois mandou decapitá-lo. “Seu corpo foi jogado em um rio e ali ficou 55 anos, tendo sido depois encontrado por uma nobre dama romana. Esta, que se entregava assiduamente à oração, certa noite foi avisada por um anjo para ir ao castelo de Vermand e ali procurar em determinado lugar o corpo de São Quintino e sepultá-lo com honras. Ela se dirigiu com um grande séquito ao lugar indicado, onde, depois de ter feito sua prece, apareceu o corpo de São Quintino, flutuando incorrupto e exalando um suave odor. Ela o sepultou, e como grande recompensa recuperou a visão. Depois de construir naquele lugar uma igreja, voltou para casa”.
Texto e postagem: Armando Lopes Rafael
O Crato tem um a eterna divida com a Diocese, especialmente com o seu primeiro Bispo Dom Quintino.
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