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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 16 de dezembro de 2017

MAGNO ALVES - Por Wilton Bezerra.

O futebol não é um ambiente onde pontifica o reconhecimento pelos feitos.
Pelo contrário. Evita-se o reconhecimento justo pelo que foi realizado ontem.
A história Ceará-Magno Alves não podia terminar da forma melancólica como terminou.
Não ouvi a entrevista desabafo do jogador. Nem sei mesmo se houve uma proposta humilhante por parte do clube.
Nesse caso, nem proposta devia ter existido.
Talvez um acordo para que Magno continuasse servindo ao alvinegro de outra forma.
No lugar disso, ficou mesmo foi um desenlace traumático.
A esta altura, nada disso me interessa.

Fica claro, no entanto, ter faltado uma intermediação competente nas conversas.
O futebol precisa dos ídolos.
As novas gerações de jogadores e torcedores necessitam de craques inspiradores.
Há poucos dias, o Barcelona renovou a permanência de Iniesta no clube catalão até o dia que quiser.
Zé Roberto, 43, encerrou a sua extensa carreira com o estádio inteiro gritando o seu nome e nos braços dos seus companheiros do Palmeiras.
Aqui, as coisas são diferentes.
Gildo, maior ídolo alvinegro, me falou nome de um manda-chuva do Ceará que resolveu encerrar a sua carreira.
Para quem não sabe, os ídolos são heróis e são eles que também constroem os grandes clubes.
O Flamengo passou a construir a maior torcida do Brasil quando contratou Leônidas da Silva, o Diamante Negro.
Não é meu objetivo procurar o culpados porque isso me parece irrelevante no momento.
Fico apenas ruminando.
Quem cria os ídolos precisa destruí-los depois?

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