É preciso falar bem do Fortaleza. O tricolor tem sido, nos últimos tempos, uma equipe obsessiva por triunfos seguidos, desde a subida para a série B do campeonato brasileiro.
De lá para cá, sob o comando de Rogério Ceni, o Fortaleza vive em constante idílio com sua grande torcida, adoçado pelas constantes conquistas.
Escrevo essa crônica depois da significativa vitória sobre o Goiás por 2 X 1, o que lhe valeu participação na Sul-Americana, fato inédito na história do clube.
Na nona posição do campeonato brasileiro, é amparado por uma bela campanha, o que tem, sim, o gosto de um campeonato arrebatado.
Tenho ouvido por aí duas indagações sobre as razões de tanto sucesso. A primeira se refere ao fato do time não ter na sua formação a presença de craques-ídolos do naipe de Mozart, Croinha, Clodoaldo e outros, que figuram na galeria de famosos na história tricolor.
O que posso dizer é o seguinte: craques ganham jogos, times ganham campeonatos. Não sei se estou absolutamente convencido disso, mas é o que me ocorre, de imediato, diante de tal colocação.
No futebol de hoje, vale muito a homogeneidade que se denomina de protagonismo coletivo.
O outro aspecto diz respeito à questão estrutural, tão em falta no nosso futebol, desde que a palavra planejamento foi praticamente alijada do funcionamento dos clubes.
É aí, na nossa opinião, que entra com força, a direção sob o comando de Marcelo Paz, onde as presenças nocivas de “alas” que dividiam politicamente a agremiação desapareceram da vida tricolor.
Reflexivo, o jovem presidente “acertou na milhar”, com a contratação de Rogério Ceni, decisão responsável pela forma mais avançada de pensar um futebol profissional.
O treinador, vitorioso e idolatrado pela massa torcedora do Leão, foi atendido em quase tudo que reivindicou para ações mais modernas de funcionamento.
Em comentário passado, sobre pesquisa nas torcidas, patrocinada pelo Diário do Nordeste, destaquei o lastro mais elitista da fundação do tricolor, o que justificaria um apoio de teor menos popular na formação de sua massa torcedora.
O terceiro lugar em média de público obtido pelo Fortaleza no campeonato brasileiro de 2019 parece desmontar essa teoria. Mais correto seria dizer que o Leão é o clube de todas as classes.
Um time precisa, atrás de si, do berro embriagado de paixão de uma torcida.
Sempre defendi o seguinte: times da grandeza do Fortaleza têm que dizer o que querem ser e onde querem chegar.
Os caminhos pavimentados estão sendo trilhados.
Podem crer.
Não basta ter uma grande torcida, aguerrida e apaixonada. Carece que tenha uma diretoria competente. Temos exemplos de outras equipes do nordeste que tem grandes torcidas e fluxo de renda extraordinário, mas, os resultados nem sempre são alcançados. Vitoria Bahia e Santa Cruz em Pernambuco são dois exemplos. O Fortaleza está todo certinho : Diretoria, treinador e equipe. Parabéns.
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