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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

A lição de Sobral Pinto: o advogado é o juiz inicial da causa - Por Augusto Nunes.


Doutor nenhum tem o direito de mentir para livrar de punições o cliente comprovadamente criminoso.

"Serei eu o juiz do meu cliente?", perguntou o advogado Márcio Thomaz Bastos no título de um artigo publicado na Folha em junho de 2012. Antes de tornar-se nacionalmente conhecido como ministro da Justiça do governo Lula e mentor do bando de bacharéis contratados para livrar da cadeia os quadrilheiros do Mensalão, o criminalista morto em 2014 já era famoso no mundo jurídico por fazer o diabo para absolver culpados e condenar à execração perpétua os defensores da lei. 

Desde que o freguês pagasse sem regatear os honorários calculados em dólares por minuto, o doutor conseguia até enxergar um filho extremoso no parricida confesso.

Sempre que Márcio Thomaz Bastos triunfava num tribunal, a Justiça sofria mais um desmaio, a verdade morria outra vez, gente com culpa no cartório escapava da cadeia, crescia a multidão de brasileiros convencidos de que aqui o crime compensa e batia a sensação de que lutar pela aplicação rigorosa das normas legais é a luta mais vã. 

O artigo na Folha, por exemplo, exigia a imediata libertação do delinquente Carlinhos Cachoeira (ou "Carlos Augusto Ramos, chamado de Cachoeira", abrandou o autor do texto). "Não o conhecia, embora tivesse ouvido falar dele", jurou. 

Ouviu o suficiente para cobrar R$15 milhões pela missão de garantir que o cliente envelhecesse longe da gaiola.

"Serei eu o juiz do meu cliente?", repetiu Márcio no quinto parágrafo. "Por princípio, creio que não", respondeu. "Sou advogado constituído num processo criminal. Como tantos, procuro defender com lealdade e vigor quem confiou a mim tal responsabilidade”. 

Um comentário:

  1. Em tempo algum foi tão favorável a advogados ganhar dinheiro como depois do PT e Lula. Roubo aos montes, honorários absurdos pago com o dinheiro fruto do roubo. Marcio Thomaz Bastos deve está queimando nos quintos do inferno. Por sorte deve não ter levado o dinheiro que ganhou para defender gente corrupta como ele. Se leva junto com ele, o fogo não deixaria nem as cinzas de tão grande.

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