Em 1825, no dia 2 de dezembro, nasceu no Rio de Janeiro o menino Pedro
de Alcântara (que viria, posteriormente, a ser reconhecido como “O Maior
dos Brasileiros). Era filho de Dom Pedro I e de dona Leopoldina que
foram os primeiros imperadores do Brasil.
Sobre Dom Pedro II, transcrevo, abaixo, um trecho que li na
apresentação, feita no último dia 13 de novembro, do livro do Dr. José
Flávio Bezerra Morais, que versa sobre o segundo imperador dos
brasileiros. A conferir.
Sobre o Imperador Dom Pedro II
Josemaria Escrivá, o santo-fundador do Opus Dei, disse, em certa ocasião, esta frase:
"Verdadeiramente a crise do mundo é “crise de santos”!
Isto é, a crise do mundo decorre do pouco número daqueles que hoje se sacrificam e oram por si e pelos outros.
Mutatis mutandis, podemos afirmar que a crise do Brasil atual é uma “crise de estadistas”. Esta sim, é a nossa principal crise – da qual decorrem as demais – e ela advém da ausência de boas lideranças políticas. Muitas das atuais, que pululam por aí, são carentes de elevada estatura moral, de tirocínio, de probidade e retidão. Nossos administradores têm hoje pouca habilidade e pouco discernimento, o que se reflete negativamente na administração do Estado e na gerência das questões políticas.
Por isso, a data 15 de novembro, que ocorrerá depois de amanhã, assinalante dos cento e trinta anos de aniversário do golpe militar que implantou a forma republicana na nossa pátria, nunca foi comemorada pela população brasileira. Todos os anos, repórteres dos noticiários televisivos saem às ruas para perguntar ao povo a razão do feriado de “15 de novembro”. A grande maioria dos consultados responde simplesmente que não sabe.
Talvez por isso, 128 anos depois da morte do nosso último Imperador, ele ainda sobreviva – no imaginário popular - como “O maior dos brasileiros”. O que justifica que esse soneto, atribuído a Dom Pedro II, que tem por título: “Terra do Brasil”, escrito quase ao fim da existência terrena do velho imperador, ainda comova a muitos. Permita-me ler o soneto:
“Espavorida agita-se a criança,
De noturnos fantasmas com receio,
Mas se abrigo lhe dá materno seio,
Fecha os doridos olhos e descansa.
Perdida é para mim toda a esperança
De volver ao Brasil; de lá me veio
Um pugilo de terra; e neste creio
Brando será meu sono e sem tardança...
Qual o infante a dormir em peito amigo,
Tristes sombras varrendo da memória,
ó doce Pátria, sonharei contigo!
E entre visões de paz, de luz, de glória,
Sereno aguardarei no meu jazigo
De noturnos fantasmas com receio,
Mas se abrigo lhe dá materno seio,
Fecha os doridos olhos e descansa.
Perdida é para mim toda a esperança
De volver ao Brasil; de lá me veio
Um pugilo de terra; e neste creio
Brando será meu sono e sem tardança...
Qual o infante a dormir em peito amigo,
Tristes sombras varrendo da memória,
ó doce Pátria, sonharei contigo!
E entre visões de paz, de luz, de glória,
Sereno aguardarei no meu jazigo
A justiça de Deus na voz da história!”
É também, atualíssimo, o parágrafo abaixo, tirado de uma anotação
escrita por Dom Pedro II, poucos dias antes da sua morte, ocorrida em 5
de dezembro de 1891, durante o seu banimento e exílio forçado, na
França, que agora leio:
“No alto de uma folha de papel escrevam a data do meu nascimento e o
dia que subi ao trono; no fim, quando faleci. Deixem todo o intervalo em
branco, para o que ditar o futuro; ele que conte o que fiz, as
intenções que sempre me dominaram e as cruéis injustiças que tive de
suportar em silencio, sem poder jamais defender-me”.
As reminiscências, registros e manifestações de tantos memorialistas,
jornalistas, escritores e historiadores, consolidaram um juízo favorável
ao velho soberano, cuja atuação austera e competente marcou durante
quase 50 anos a história do Brasil. Ele foi, verdadeiramente, um homem
consciente da sua missão histórica, a qual exerceu com honestidade e
ética. Serviu, ele e a sua Família Imperial, de arquetípicos de uma
sociedade ainda em formação”.
1825 -- 2 de dezembro -- 2019
Lamentável que alguns poucos homens públicos honestos sejam praticamente esquecidos. Ao vontrários de outros, afamados por seus atos de desordem, perpertuem-ze co.o heróis.
ResponderExcluirUma postagem para ser lida e relida. Fala de pessoas que a honra, caráter e decência nasciam do berço, do coração. Pessoas que preparavam os seus descendentes como sucessores e não como herdeiros. Ainda bem que existem os Armando para disseminarem esses exemplos de grandeza com a população. Parabens.
ResponderExcluirO grande poeta popular de Várzea-Alegre Raimundo Lucas Bindin faz um ligeiro comparativo entre Monarquia e Republica. Veja a perfeição :
ResponderExcluirOlhando a antiguidade.
A noite quando me deito.
Fico a sonhar sobre o leito.
Com o Brasil dos Andradas.
Ali a honestidade.
Nascia do coração.
Roubo, furto e destorção.
Hoje é quem nasce primeiro.
Em cada dez brasileiros.
Tem oito ou nove ladrão.